terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Haddad sanciona lei que cria cotas para negros em concursos públicos

O prefeito Fernando Haddad (PT) ratificou a decisão da Câmara Municipal de São Paulo que criou cotas para negros no serviço público municipal.

O projeto de lei assinado por toda a bancada do PT na Casa garante 20% das vagas dos concursos públicos para a comunidade negra. Se houver sobra de vagas, elas serão distribuídas para todos.

De acordo com o texto, tem direito as cotas as pessoas que se enquadram como "pretos, pardos ou denominação equivalente conforme estabelecido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)", ou seja, será considerada a autodeclaração. O prefeito tem 90 dias para regulamentar a lei.

A separação de vagas também terá que ser feita nos cargos comissionados, segundo estabelece o texto da lei 15.939, publicada hoje no "Diário Oficial" da Cidade.

A criação de cotas para negros no serviço público, que existe em algumas cidades e alguns Estados, está sendo discutida também no âmbito federal.

Existe um projeto de lei, encaminhado ao Congresso pela presidente Dilma Rousseff (PT) no mês passado, que também prevê a criação de cotas para o serviço público, nas mesmas proporções que a lei paulistana determina.

Neste mês também entrou na Assembleia Legislativa de São Paulo um projeto de lei do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que também estabelece uma cota de 20% para os negros que disputarem concursos públicos no Estado. O mesmo critério terá que ser usado, caso o projeto seja aprovado, para os cargos em comissões.

Fonte: Folha

sábado, 21 de dezembro de 2013

Funcionária americana publica mensagem polêmica sobre Aids em rede social e gera revolta

A relações públicas Justine Sacco gerou polêmica com mensagem no Twitter


A americana Justine Sacco, diretora de comunicação da IAC — empresa que controla serviços e sites como Vimeo, Tinder, CollegeHumor e Dictionary.com — foi acusada de racismo por internautas após publicar, no Twitter, uma mensagem em que anunciava uma viagem. "Indo para a África. Tomara que eu não pegue Aids. Brincadeira, sou branca!", escreveu a relações públicas nesta sexta-feira.
A mensagem repercutiu rapidamente nas redes sociais. O post foi replicado mais de três mil vezes. Quando Sacco chegou ao continente, o caso já tinha sido noticiado em diversos veículos de comunicação.
Após a repercussão, o perfil de Sacco foi apagado no microblog. Mas a empresa que a contratou não ficou em silêncio. "É um comentário escandaloso e ofensivo que não reflete a visão e os valores da IAC. Infelizmente, a funcionária em questão está inacessível em um voo internacional, mas essa é uma questão muito grave e vamos tomar as medidas apropriadas", afirmou um porta-voz da empresa ao "Internacional Business Times".
O assunto se tornou um dos mais comentados no Twitter no dia. No histórico de publicações de Sacco, há outras mensagens polêmicas. "Eu gosto de animais, mas quando está frio eu recorro aos pelos", diz uma, direcionada à PETA, organização que luta pelos direitos dos animais.
Sacco não comentou o assunto. O "The Mail Online" tentou entrar em contato com a assessoria da IAC, mas como a funcionária é responsável pela área, não havia ninguém disponível para responder.
Cerca de 69% dos portadores do vírus HIV vivem na África subsariana, segundo a organização Do Something. A estimativa é que 23,8 milhões de africanos tenham Aids.


Fonte: O Globo




quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Assista ao Trailer de 12 Anos de Escravidão


12 Anos de Escravidão conta a história real de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem negro que nasceu livre no EUA quando foi enganado, dopado e sequestrado em 1841, transportado para o outro lado do país e transformado em escravo por 12 anos.


Dirigido por Steve McQueen o filme, baseado no livro de memórias de Solomon, tem impressionado platéias do mundo todo como um dos mais chocantes relatos sobre a escravidão humana. 




12 Anos de Escravidão tem previsão de estréia para 4 de abril de 2014.

Fonte: Blog Clímax

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

"Minha filha é linda uma princesa dos olhos azuis loira perfeita a sua uma macacaaaaaaaaaaaaaa kkkkkk a" - Racismo contra bebê no Facebook


Clique na imagem para ampliar

O racismo mais uma vez dando as caras. Nem mesmo crianças de poucos meses estão a salvo. E tantas pessoas ainda insistem em falar que estamos loucos.



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Estudantes Negros protestam na UFSC



Atividade foi chamada por conta de uma publicação numa das páginas da UFSC, em redes sociais, que mostrava um homem negro dando um cacho de bananas para uma mulher negra. Segundo os estudantes, foi o estopim de uma série de atitudes racistas que costumam acontecer na UFSC.

Teresina contabiliza 100 casos de racismo; maioria em escolas

Delegado disse que o crime pode levar de 1 a 3 anos de reclusão.

A Delegacia de Proteção aos Direitos Humanos e de Repressão as Condutas Discriminatórias está encerrando o ano contabilizando mais de 100 denúncias por racismo em Teresina. Segundo o delegado Sebastião Escórcio o crime tem crescido principalmente em ambiente escolar.


"São alunos que denunciam professores, supervisores e funcionários de escolas por crime de injúria racial. São discussões que acontecem dentro de sala de aula e nos corredores da escola", disse o delegado.

"Os principais xingamentos são de negro vagabundo, urubu, fedorento, cara de crioulo, quando não faz merda na saída faz na entrada e só podia ser negro", relatou Sebastião Escórcio. Ele conta ainda que as expressões são usadas para humilhar as vítimas, mas que na investigação muitas vezes é difícil de comprovar.

Segundo o delegado, o crime pode levar de um ano a três anos de reclusão.

Ele ressalta que as punições são de prestação de penas alternativas ou pagamento de cestas básicas.

"O agressor acha que é o meio mais fácil de denegrir e agredir a vítima. Estamos investigando todos os casos na delegacia", disse o delegado.

Abuso de autoridade

Sebastião Escórcio também esclarece que a Delegacia de Proteção aos Direitos Humanos e de Repressão as Condutas Discriminatórias tem atribuições de investigar as denúncias de torturas e abuso de autoridades. As principais queixas são contra policiais militares. De janeiro até agora 35 casos foram registrados no distrito.


Jogador é alvo de ataques

Um caso de racismo chamou atenção envolvendo um jogador brasileiro durante o Campeonato Espanhol. No clássico da cidade de Sevilha, o zagueiro Paulo Afonso Santos Junior, o Paulão, foi vítima da própria torcida. Expulso aos 41 minutos do primeiro tempo, após receber o segundo cartão amarelo, o zagueiro do Betis foi hostilizado pela torcida. Os torcedores fizeram gestos obscenos e imitaram macacos. Abalado com a atitude o jogador deixou o estádio chorando.

Fonte: Geledés




terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Médico Nigeriano é vitima de racismo no Brasil e fez depoimento na Assembléia Legislativa do Maranhão



Médico nigeriano reafirma a deputados que sofreu discriminação racial no MA
Em depoimento na Comissão de Direitos Humanos e das Minorias da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (2), o médico nigeriano Kinglsley Ify Umeilechukwu disse que foi preso, no dia 23 do mês passado, em Bacuri, por ser negro. Acompanharam o depoimento a presidente da Comissão, deputada Eliziane Gama (PPS), e o deputado Bira do Pindaré (PSB).

Médico nigeriano reafirma a deputados que sofreu discriminação racial
Médico reafirma a deputados da Comissão de Direitos Humanos que sofreu discriminação racial

Os deputados disseram que vão avaliar que medidas a Comissão de Direitos Humanos e das Minorias da Assembleia deve tomar, buscando resguardar os direitos do médico, que foi acusado de exercer ilegalmente a profissão. O médico, que explicou que ainda não tem a revalidação do diploma dele no Brasil e que estava apenas estagiando quando foi preso, pretende processar o Estado.

O médico contou que é formado em Medicina, na Nigéria, e que está há quase seis anos no Brasil, vindo para o Maranhão a convite da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), para fazer uma especialização na área de ortopedia no Hospital Dutra. Ele estava acompanhado do cunhado e também médico, Patrick Emanuel, que há mais de trinta anos trabalha pela Ufma e no interior do Maranhão.

Em vários momentos, os dois disseram que Kinglsley Ify Umeilechukwu sofreu discriminação racial e foi preso por três dias, quando estava em seu quarto, sem exercer a medicina. E ao prendê-lo "sequer me perguntaram se eu tinha ou não a documentação e me colocaram na imprensa como assassino".

Ele garantiu que nunca se passou por médico, embora tenha formação na Nigéria, mas que não está autorizado a exercer a Medicina no Brasil por uma questão burocrática, embora a legislação lhe permita fazer estágio, para aprimorar a prática profissional.

Fonte: Geledés

Miss França é alvo de comentários racistas nas redes sociais



A jovem Flora Coquerel, 19 anos, foi eleita a nova Miss França no último fim de semana. O maior desafio da garota, no entanto, nada tem haver com a estética, mas em como lidar com o racismo do qual vem sendo vítima desde que se sagrou vitoriosa neste célebre concurso de beleza. Ironicamente, em seu primeiro discurso como miss, quando as polêmicas mensagens que fazem alusão às origens africanas e a cor de pele da moça ainda não haviam tomado as redes sociais, ela disse estar orgulhosa de representar uma "França Cosmopolita".

Flora Coquerel nasceu em Mont-Saint-Aignan, uma pequena cidade da Normandia, no norte da França. O pai é francês e a mãe é originária de Benin, país da região ocidental da África, colonizado pela França.

A estudante de Comércio Internacional desbancou, no último domingo, dia 8 de dezembro, 32 candidatas ao posto da mais bela mulher da França. Alguns minutos depois de receber a coroa de miss, uma enxurrada de comentários racistas invadiram as redes sociais francesas.

"Os mestiços são o câncer da raça branca", "Que horror, morte aos estrangeiros" "Seria bom ver um pouco de cor branca em nosso país", "A mulher que representa a França nem é branca", "As verdadeiras francesas são brancas, não é normal", "A verdadeira beleza de nossos ancestrais não existe mais", são alguns dos posts que se multiplicaram nas plataformas Twitter e Facebook.



Os ataques geraram uma onda de indignação nos principais sites de beleza e moda do país. O site Glamour faz um paralelo com os ataques racistas dos quais a ministra da Justiça, Christiane Taubira, foi vítima nos dois últimos meses. Em matéria publicada ontem, a jornalista Victoria Laurent lembra que nenhum processo jurídico aconteceu até hoje no país por injúrias racistas. Mas lembra que o arsenal jurídico para lutar contra o racismo na internet existe. "Flora poderia, assim, processar esses internautas", ressalta.

O site da revista semanal Nouvel Observateur vai mais longe e publica um artigo do advogado Gaspard Menilan. Ele acredita que é obrigação do Ministério Público francês proteger seus cidadãos na internet.

"Claro, nós não vamos exigir que a Miss France organize um combate contra a vulgaridade racista e que ela processe cada ignorante da rede. No entanto, a lei do 29 de julho de 1881, em seu artigo 48, autoriza, expressamente o Ministério Público de incriminar o autor de propósitos que concernem discriminação ou injúria de cidadãos devido suas origens, etnia, nação, raça ou religião", escreve.

Orgulho de ser mestiça

Até o momento, a nova Miss França não comentou ou respondeu aos ataques. Ontem, em entrevista a um programa de humor e informação do Canal Plus, o Grand Journal, a estudante explicou o orgulho que disse sentir de representar uma "França cosmopolita". "Eu sou mestiça e sou orgulhosa disso. Acredito que muitas pessoas podem me ter como exemplo. E, se através de mim, for possível ter uma imagem da França multicultural, será formidável!", declarou.

Já no último domingo, a garota falou, em entrevista à rede francesa de televisão BFM TV sobre a morte do líder da luta contra o apartheid na África do Sul, Nelson Mandela. "É um homem de paz e graça à pessoas como ele que o mundo anda na boa direção. É preciso osar, ter coragem, audácia. Pessoas como Mandela são necessárias para mudar o mundo. Sua morte me abalou muito, marcou este fim de ano e ficará para sempre em nossa História", opinou.

Fonte: Geledés

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Morre Nelson Mandela, ícone da luta pela igualdade racial

Presidente da África do Sul entre 1994 e 1999, ele tinha 95 anos.

Líder foi hospitalizado em dezembro para fazer exames de rotina.



O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela morreu aos 95 anos em Pretória, segundo a presidência do país. Mandela ficou internado de junho a setembro devido a uma infecção pulmonar. Ele deixou o hospital e estava em casa.
“Ele partiu, ele se foi pacificamente na companhia de sua família”, afirmou o presidente da África do Sul, Jacob Zuma. “Ele agora descansou, ele agora está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu seu pai.”
Mandela vinha sofrendo do problema e estava internado desde junho. Esta foi a quarta internação do ex-presidente desde dezembro. Em abril, as últimas imagens divulgadas do ex-presidente mostraram bastante fragilidade – ele foi visto sentado em uma cadeira, com um cobertor sobre as pernas. Seu rosto não expressava qualquer emoção. No início de março de 2012, o ex-presidente sul-africano havia sido hospitalizado por 24 horas, e o governo informou, na ocasião, que Mandela tinha sido internado para uma bateria de exames rotineira. Em dezembro, porém, ele permaneceu 18 dias hospitalizado, em decorrência de uma infecção pulmonar.
No fim de março de 2013, ele passou 10 dias internado, também por uma infecção pulmonar, provavelmente vinculada às sequelas de uma tuberculose que contraiu durante sua detenção na prisão de Robben Island (ilha de Robben), onde ficou 18 anos preso, de 1964 a 1982.
Conhecido como “Madiba” na África do Sul, ele foi considerado um dos maiores heróis da luta dos negros pela igualdade de direitos no país e foi um dos principais responsáveis pelo fim do regime racista do apartheid, vigente entre 1948 a 1993.
Ele ficou preso durante 27 anos e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1993, sendo eleito em 1994 o primeiro presidente negro da África do Sul, nas primeiras eleições multirraciais do país. Mandela é alvo de um grande culto em seu país, onde sua imagem e citações são onipresentes. Várias avenidas têm seu nome, suas antigas moradias viraram museu e seu rosto aparece em todos os tipos de recordações para turistas.
Havia algum tempo sua saúde frágil o impedia de fazer aparições públicas na África do Sul - a última foi durante a Copa do Mundo de 2010, realizada no país. Mas ele continuou a receber visitantes de grande visibilidade, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton.
Mandela passou por uma cirurgia de próstata em 1985, quando ainda estava preso, e foi diagnosticado com tuberculose em 1988. Em 2001, foi diagnosticado com câncer de próstata e hospitalizado por problemas respiratórios, sendo liberado dois dias depois.

Biografia
Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 no clã Madiba no vilarejo de Mvezo, no antigo território de Transkei, sudeste da África do Sul. Seu pai, Henry Gadla Mphakanyiswa, era chefe do vilarejo e teve quatro mulheres e 13 filhos - Mandela nasceu da terceira mulher, Nosekeni. Seu nome original era Rolihlahla Mandela.
Após seu pai morrer em 1927, ele foi acolhido pelo rei da tribo, Jongintaba Dalindyebo. Ele cursou a escola primária no povoado de Qunu e recebeu o nome Nelson de uma professora, seguindo uma tradição local de dar nomes cristãos às crianças. Conforme as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental. Na adolescência, praticou boxe e corrida.
Mandela ingressou na Universidade de Fort Hare para cursar artes, mas foi expulso por participar de protestos estudantis. Ele completou os estudos na Universidade da África do Sul. Após terminar os estudos, o rei Jongintaba anunciou que Mandela devia se casar, o que motivou o jovem a fugir e se mudar para Johanesburgo, em 1941.
Em Johanesburgo, ele trabalhou como segurança de uma mina e começou a se interessar por política. Na cidade, Mandela também conheceu o corretor de imóveis Walter Sisulu, que se tornou seu grande amigo pessoal e mentor no ativismo antiapartheid. Por indicação de Sisulu, Mandela começou a trabalhar como aprendiz em uma firma de advocacia e se inscreveu na faculdade de direito de Witwatersrand.
Mandela começou a frequentar informalmente as reuniões do Congresso Nacional Africano (CNA) em 1942. Em 1944, ele fundou a Liga Jovem do Congresso e se casou com a prima de Walter Sisulu, a enfermeira Evelyn Mase. Eles tiveram quatro filhos (dois meninos e duas meninas) – uma das garotas morreu ainda na infância.

Em 1948, ele se tornou secretário nacional do Congresso Nacional Africano (CNA) – no mesmo ano, o Partido Nacional ganhou as eleições do país e começou a implementar a política de apartheid (ou segregação racial). O estudante conheceu futuros colegas da política na faculdade, mas abandonou o curso em 1948, admitindo ter tido notas baixas - ele chegou a retomar a graduação na Universidade de Londres, mas só se formou em 1989 pela Universidade da África do Sul, quando estava preso.
Em 1951, Mandela se tornou presidente do CNA. Em 1952, ele abriu com o amigo Oliver Tambo o primeiro escritório de advocacia do país voltado para negros. No mesmo ano, Mandela foi escolhido como líder da campanha de oposição encabeçada pelo CNA e viajou pelo país, em protesto contra seis leis consideradas injustas. Como reação do governo, ele e 19 colegas foram presos e sentenciados a nove meses de trabalho forçado.
Em 1955, ele ajudou a articular o Congresso do Povo e citava a política pacifista de Gandhi como influência. A reunião uniu a oposição e consolidou as ideias antiapartheid em um documento chamado Carta da Liberdade. No fim do ano, Mandela foi preso juntamente com outros 155 ativistas em uma série de detenções pelo país. Todos foram absolvidos em 1961.
Em 1958, Mandela se divorciou da enfermeira Evelyn Mase e ele se casou novamente, com a assistente social Nomzamo Winnie Madikizela. Os dois tiveram dois filhos.
Em março de 1960, a polícia matou 69 manifestantes desarmados em um protesto contra o governo em Sharpeville. O Partido Nacional declarou estado de emergência no país e baniu o CNA.
Em 1961, Mandela tornou-se líder da guerrilha Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), após ser absolvido no processo da prisão de 1955. Logo após a absolvição, ele e colegas passaram a trabalhar de maneira escondida planejando uma greve geral no país.
Ele deixou o país ilegalmente em 1962, usando o nome de David Motsamayi, para viajar pela África para receber treinamento militar. Mandela ainda visitou a Inglaterra, Marrocos e Etiópia, e foi preso ao voltar, em agosto do mesmo ano.
De acordo com o jornal “Telegraph”, a organização perdeu o ideal de protestos não letais com o tempo e matou pelo menos 63 pessoas em bombardeios nos 20 anos seguintes.
Mandela foi acusado de deixar o país ilegalmente e incentivar greves, sendo condenado a cinco anos de prisão. A pena foi servida inicialmente na prisão de Pretória. Em março de 1963, ele foi transferido à Ilha de Robben, voltando a Pretória em junho. Um mês depois, diversos companheiros de partido foram presos.        
Em 1963, Mandela e outras nove pessoas foram julgadas por sabotagem, no que ficou conhecido como Julgamento Rivonia. Sob o risco de ser condenado à pena de morte, Mandela fez um discurso à corte que foi imortalizado.
“Eu lutei contra a dominação branca, e lutei contra a dominação negra. Eu cultivei o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e com oportunidades iguais. Este é um ideal pelo qual eu espero viver e alcançar. Mas se for necessário, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer”, afirmou.
Em 1964, Mandela e outros sete colegas foram condenados por sabotagem e sentenciados à prisão perpétua. Um deles, Denis Goldberg, foi preso em Pretória por ser branco. Os outros foram levados para a Ilha de Robben.

27 anos de prisão
Mandela passou 18 anos detido na ilha de Robben, na costa da Cidade do Cabo, e nove na prisão Pollsmoor, no continente – a transferência ocorreu em 1982. Enquanto esteve preso, Mandela perdeu sua mãe, que morreu em 1968, e seu filho mais velho, morto em 1969. Ele não foi autorizado a participar dos funerais.
Durante o período em que ficou preso, sua reputação como líder negro cresceu e sedimentou a imagem de liderança do movimento antiapartheid. A partir de 1985, ele iniciou o diálogo sobre sua libertação com o Partido Nacional, que exigia que ele não voltasse à luta armada. Neste ano, ele passou por uma cirurgia na próstata e, ao voltar para a prisão, passou a ser mantido em uma cela sozinho.
Em 1988, Mandela passou por um tratamento contra tuberculose e foi transferido para uma casa na prisão Victor Verster.
Em 2 de fevereiro de 1990, o presidente sul-africano Frederik Willem de Klerk reinstituiu o Congresso Nacional Africano (CNA). No dia 11 de fevereiro de 1990, Mandela foi solto e, em um evento transmitido mundialmente, disse que continuaria lutando pela igualdade racial no país.

Prêmio Nobel e presidência
Em 1991, Mandela foi eleito novamente presidente do CNA. Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz em 1993, por seus esforços para trazer a paz ao país.
Mandela encabeçou uma série de articulações políticas que culminaram nas primeiras eleições democráticas e multirraciais do país em 27 de abril de 1994.
O CNA ganhou com 62% dos votos, enquanto o Partido Nacional teve 20%. Com o resultado, Mandela tornou-se o primeiro líder negro do país e também o mais velho, com 75 anos. Ele tomou posse em 10 de maio de 1994.
A gestão do presidente foi marcada por políticas antiapartheid, reformas sociais e de saúde.
Em 1996, Mandela se divorciou de Nomzamo Winnie Madikizela por divergências políticas que se tornaram públicas. Em 1998, no dia de seu 80º aniversário, ele se casou com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.
Em 1999, não se candidatou à reeleição e se aposentou da carreira política. Desde então, ele passou boa parte de seu tempo em sua casa no vilarejo de Qunu, onde passou a infância, na província pobre do Cabo Leste.

Causas sociais
Após o fim da carreira política, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos.
Participou de uma campanha de arrecadação de fundos para combater a Aids que tinha como símbolo o número 46664, que carregava quando esteve na prisão.
Em 2008, a comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows em Londres, que contou com a presença de artistas e celebridades engajadas na campanha. Uma estátua de Mandela foi erguida na Praça do Parlamento, na capital inglesa.

Em novembro de 2009, a ONU anunciou que o dia de seu aniversário seria celebrado em todo o mundo como o Dia Internacional de Mandela, uma iniciativa para estimular todos os cidadãos a dedicar 67 minutos a causas sociais - um minuto por ano que ele dedicou a lutar pela igualdade racial e ao fim do apartheid.

Fonte: Revista Afro Bahia

A "Tal" Consciência Humana: Aluno de 8 anos com cabelo Black Power impedido de fazer rematrícula em escola


Depois que a mãe se recusou a mudar o corte do menino, a escola não aceitou que ele fizesse a rematrícula para o próximo ano.
Polícia vai investigar escola que pediu para aluno cortar cabelo black power
A polícia abriu inquérito para investigar um caso de racismo em uma escola particular em Guarulhos, na Grande São Paulo. A escola mandou um recado para a mãe de um aluno dizendo que ele devia cortar o cabelo - estilo black power - que usava. A mãe se recusou a mudar o corte e quando ela foi rematricular o filho, a escola não aceitou.Uma faixa colocada na entrada da escola anuncia que estão abertas as matrículas para o ano que vem. Mas o aviso não vale para Lucas Neiva de Oliveira, de 8 anos, que já estudava no colégio Cidade Jardim Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Aluno da terceira série, ele passou de ano com notas altas. Mesmo assim, não pode continuar na escola.

Os desentendimentos começaram em agosto, quando Maria Izabel Neiva recebeu um bilhete da professora do filho: ela pedia que Lucas usasse um corte de cabelo mais adequado porque o garoto reclamava do comprimento. “O cabelo não atrapalha. O único jeito de chegar no olho é se eu puxar. Não tem como”, conta o menino.

Maria Izabel decidiu não cortar. Mandou um bilhete para a diretora, que respondeu: “É que realmente esse cabelo não é usado aqui no colégio pelos alunos”.

“Vim conversar com ela pessoalmente, passei umas duas ou três horas na sala com ela porque eu falei para ela assim: ‘Não atrapalha em nada o cabelo dele. Ele enxerga normalmente, o cabelo não está no olho, não atrapalha em nada’. E ela disse assim: ‘Atrapalha os colegas a enxergar a lousa. É crespo e é cheio. Não é adequado esse cabelo. Venhamos e convenhamos mãe’”, conta a mãe.

A mãe de Lucas disse que nesse fim de ano não recebeu nenhum aviso sobre a rematrícula do filho. Ficou preocupada e telefonou para o colégio perguntando sobre os prazos. Nessa semana, ela foi na última reunião de pais e foi à secretaria, onde foi informada que já não havia mais vaga para o garoto.

Outra mãe, que prestou depoimento à polícia como testemunha do caso, foi até a secretaria da escola depois de Maria Izabel e conseguiu rematricular a filha, que estuda na mesma classe de Lucas.

“Eu só quero os direitos dele estudar, entendeu? Eu pago a mensalidade tudo adiantado, a melhor educação para o meu filho. Eu já passei preconceito quando era criança e agora o meu filho passando por isso”, lamenta.

Após a queixa da mãe de Lucas, o delegado já instaurou um inquérito para apurar o caso. “Toda vez que a pessoa é impedida ou é tolida de entrar em algum estabelecimento, inclusive estabelecimento de ensino, que tenha a conotação que é por causa da cor ou do cabelo está caracterizado dentro da lei que apura os crimes raciais”, diz Jorge Vidal Pereira .

Em nota, a direção do Colégio Cidade Jardim Cumbica disse que a mãe perdeu o prazo da rematrícula e que foi orientada a colocar o nome do filho na lista de espera.

Afirmou ainda que o inquérito policial é absurdo e que a professora havia orientado a mãe a cortar o cabelo do menino porque a franja estava atrapalhando a visão dele, mas que isso não tem relação com o fato de Lucas não poder ser rematriculado.

De acordo com a polícia, a diretora da escola já foi notificada do inquérito e deve comparecer segunda-feira na delegacia para prestar depoimento.

Fonte: Geledés

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Panorama Ipea - Igualdade Racial



O Panorama Ipea dessa semana discute a igualdade racial e questões como a violência contra a população negra e as cotas para negros no serviço público

Convidados:
Tatiana Dias Silva, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea
Ivair dos Santos, coordenador do Centro de Convivência Negra da Universidade de Brasília
 
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