quinta-feira, 23 de maio de 2013

Contra a suspensão da Justiça aos Editais do Minc para a Cultura Negra

Vamos dizer não a suspensão da justiça aos Editais do Minc para a Cultura Negra. A população negra brasileira já está cansada de tanto descaso e exclusão social. Esse é um dos projeto que incentiva que os negros tenham os mesmo direitos que qualquer cidadão brasileiro, seja ele negro ou branco, pobre ou rico. Não podemos ficar de braços cruzados diante de uma situação crítica que é a discriminação étnica, que só arrasa a nossa sociedade. O povo negro construiu esses país com seu sofrimento e o seu sangue. Não será mais permitido que arranquem os nossos direitos à revelia. Vamos lutar!

Por que isto é importante

O racismo no Brasil em relação ao negro é uma questão histórica. Houve racismo durante a escravidão, posteriormente com a teoria de branquear a população e depois como política pública na educação e também na imigração. Então hoje tentamos desconstruir o racismo através de políticas públicas afirmativas. O magistrado leva em consideração o momento atual, que não admite prática de racismo, mas deve considerar também esses fatos históricos. Se fizermos um recorte racial, há poucos produtores negros com acesso a essas política públicas.


Vote aqui!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Bonde das Maravilhas, a sexualidade da mulher negra e a hipocrisia nossa de cada dia

Há algum tempo, tenho visto algumas repercussões nas redes sociais extremamente ofensivas e incômodas em relação a um grupo de jovens dançarinas do Rio de Janeiro, o chamado Bonde das Maravilhas. As meninas, adolescentes na faixa dos 13 aos 20 anos de idade, vieram a público mostrar o inacreditável. Danças tão cheias de contorcionismos que confesso que a primeira vez que assisti ao vídeo, julguei ser humanamente impossível se equilibrar na nuca para dançar. Tanto que vi outras vezes e, boquiaberta, não conseguia crer, enfim.

Mas o que tem causado tanta polêmica, se assim posso dizer, na mídia, não são os contorcionismos dançantes que as meninas do Bonde das Maravilhas apresentam ao seu público, e sim a estranheza social de ver garotas jovens, bonitas, negras e periféricas dançando e cantando de modo tão singular.

Fiquei a me perguntar por que o ataque ao grupo tem sido tão severo. Por que essa antipatia mordaz às garotas?



Revirei e retirei do fundo do baú alguns grupos que fizeram sucesso com danças sinônimas ao do Bonde, o que não foi tão necessário, pois temos mulheres que dançam funk e põe seus bumbuns pra cima sem causar maiores estranhamentos por parte do público hoje. Mas creio que vale a pena relembrar de alguns.

Suponho que muitos ainda se lembrem do grupo É o Tchan!. O grupo ganhou fama e notoriedade em meados da década de 1990 com danças tão “insinuantes” e “pornográficas” executadas pelas dançarinas Carla Perez e Scheila Carvalho quanto as do Bonde das Maravilhas.

As dançarinas do É o Tchan! seguravam e amarravam o tchan ao seu bel prazer, e nem por isso ninguém as levou ao ministério público. Lembro que Gugu Liberato, no seu antigo programa Domingo Legal, explorou bastante a imagem do grupo e ainda criou um quadro chamado “Banheira do Gugu”, em que mulheres ficavam praticamente nuas em rede nacional e num horário em que as crianças ainda estavam na sala.


Até aqui, ninguém disse nada. Por que será? Perceberam a diferença?

Há também um grupo mais recente de funk, também do Rio de Janeiro, chamado Gaiola das Popozudas, formado só por mulheres e liderado pela funkeira Valesca Popozuda, que trazem a público ritmos dançantes e eivados de insinuações – do tipo “balança o rabo” e “late que eu tô passando” – e nem por isso caiu no desgosto popular. As garotas do referido grupo são mulheres brancas. Elas trazem consigo o patrimônio da cor, o que por si só é um fator extremamente favorável na busca pelos quinze minutos de fama na mídia.


Ah, tem mais uma figurinha cativa. Lembram-se da Gretchen? Lembram o sucesso que ela fez na década de 1980 com o Conga Conga, que inclusive a atual novela das nove remasterizou para a personagem de sua filha, Thammy Miranda? Pois bem, Gretchen ganhou fama e notoriedade com danças insinuantes para a época (afinal, estávamos falando de década de 1980, período em que o Brasil vivia os momentos finais da ditadura). E como os purismos do século XXI condenam o Bonde das Maravilhas, esse é um aspecto que vale lembrar. Não só fama e notoriedade na mídia alavancaram a carreira da cantora e dançarina Gretchen, assim como ela ganhou prêmios e mais prêmios com essa dancinha insinuante e com sonoplastia puramente sexy hot, porque era assim que Gretchen cantava. Parecia que estava gozando!



Não condeno nenhuma dessas cantoras e/ou dançarinas. Só parto do princípio que minha mãe desde cedo me ensinou: “o pau que dá em Chico tem de ser o mesmo que dá em Francisco”. Se for pra escrachar tem de ser geral, e não fazer o que essa mídia podre e asquerosa está fazendo, dando de cacetada no grupo do Bonde das Maravilhas. E o pior de tudo, é a participação popular de uma gentinha hipócrita nas redes sociais.

E pra não dizer que sou insuportável (porque sou mesmo), a mídia tem jogado pra debaixo do tapete as Panicats, assistentes de palco do Programa Pânico na TV.

Isso sem contar a Anitta, outra jovem cantora de funk que largou a faculdade de administração e um estágio numa transnacional pra seguir seu sonho de virar artista e ficar famosa. Aos vinte anos, ela é sucesso nacional. Sua trajetória artística e história de vida ganharam os louros da Rede Globo, exibido naquela medíocre revista eletrônica semanal.



Ah! E ela sabe dançar o quadradinho, só não o faz, pois tem de parecer fina. Quer dizer que Anitta largou a faculdade pra seguir um sonho de menina, ao tempo que as que são malhadas atualmente são piriguetes, burras e futuras prenhas solteiras? Muito bom. Adoro o contexto em que Anitta se insere, frente à análise que a mídia perfaz.

Difícil levantar esse debate sem trazer à tona os aspectos sociais e raciais imbricados nesse bojo teórico reflexivo que envolve o Bonde das Maravilhas.

Não há como não falar da sexualidade da mulher negra sem atentar aos detalhes sutis que emanam dos ataques ao grupo nas redes sociais. Pois, falar que fazer o quadradinho de oito traz como consequência direta uma barriguinha de nove é o extremo do julgamento que se possa deliberar sobre mulheres jovens negras e moradoras de periferia.




Afinal, só mulher preta e pobre transa casualmente e engravida nesse país, e ainda por cima tem o sacrilégio de tornar-se mãe solteira? As brancas de classe média e de boas famílias também fazem isso, oras!! Maria Rita, a filha da saudosa musa Elis Regina, transou casualmente sem o menor compromisso que uma mulher branca do nível social que ela representa possa “merecer”, e engravidou duas vezes, diga-se de passagem, de homens diferentes.

Volto à pergunta. Por que ninguém malha Maria Rita? Porque ela é branca, rica, canta MPB e não mora na favela? Ah, e mais, porque fora alfabetizada? Sim, porque fazer quadradinho de oito é impossível já que se fosse quadradinho de oito não seria quadradinho e sim octógono. Total coisa de quem não concluiu sequer o ensino primário. Não é o que proferem por aí? Ou só eu que estou vendo?

Quadradinho Octógono


Ou melhor, as meninas do Bonde “emprenham” cedo porque o único destino de meninas pretas, pobres e faveladas é “abrir o rabo pra parir”, ao tempo que branquinhas de classe média alta, ricas e famosas enfileiram um filho atrás do outro e muitas vezes são mães solteiras porque curtem uma “produção independente”, ou até mesmo porque “são férteis”. Faça-me o favor!

Mulheres brancas de classe média têm filhos “do primeiro e do segundo relacionamentos”. Mulheres pretas e faveladas têm filhos “com um e com outro”. Já perceberam isso?


Se for pra jogar na masmorra o Bonde das Maravilhas, tratemos de assegurar o mesmo valhacouto para todas as outras que as antecederam nesse processo provocativo e pornográfico.


Não estou deste modo a defender as representações pejorativas que possam surgir desse movimento musical e a representação que a mulher negra, por sua vez, está cerceada. Só defendo o direito dessa mesma mulher negra não ser condenada por suscitar ações que outras mulheres brancas, ricas e com formação escolar reproduzem sem passar pelo mesmo crivo midiático ao qual se expõe.

No mais, creio que muito ainda se tem para discutir. Isso aqui é só uma provocação.

Fonte: Escrevivência





quinta-feira, 16 de maio de 2013

TAG: Autoestima Cacheadas - Brasileiras

Tâmara Monteiro do Canal Re Cacheando responde às perguntas da TAG: Autoestima Cacheadas - Brasileiras.





Perguntas:
1° Por quanto tempo você usou químicas nos cabelos?
2° O que te levou a assumir os cabelos naturais?
3° Você já sofreu preconceito por causa dos seus cabelos naturais? Como foi?
4° Você já deixou de sair por causa da sua transição capilar?
5° Quem foi a pessoa que mais te apoiou na sua transição capilar?
6° Como é sua relação com seus cabelos atualmente?
7° Você tem algum truque para seus cabelos ficarem lindos?
8° Diga o nome de uma crespa/cacheada que você gostaria de ter um bate-papo sobre cabelos?
9° O que você acha da pessoa que te escolheu para responder essa TAG?
10° Escolha 3 pessoas para responder essa TAG: Autoestima Cacheadas - BRASILEIRAS.

Cacheadas indicadas no vídeo:

Claudia Montelage


Youtube: http://www.youtube.com/user/eusoucrespa
Blog: http://www.eusoucrespa.com.br/

Fernanda Oliveira

Youtube: http://www.youtube.com/channel/UCXyzA...
Blog: http://www.criloura.com/

Ane Dias

Youtube: http://www.youtube.com/channel/UCdvq-...
Blog: http://ascacheadaspiram.blogspot.com.br/

 
Copyright © 2009 Ofensiva Negritude All rights reserved. Powered by Blogger
Blogger Template by Anshul