quinta-feira, 30 de agosto de 2012

"Eu sei dar um jeito nisso". Mais uma demonstração de racismo no Facebook.


Denúncia feita pela companheira Nita Aquino sobre o comentário racista de Elen Coracy na postagem de Orlando Souza linkada aqui.


Não é novidade este tipo de discurso racista corriqueiro, tornando-se até enfadonho rebater mais uma vez argumentos sobre o "Melhoramento" dos traços através do embranquecimento. Resta a denúncia e a luta pela punição. 


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Lei de Cotas valerá para estudantes que participarem do Enem 2012


Brasília – Os estudantes que participarem do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012 já poderão ser beneficiados pela lei de cotas que reserva 50% das vagas para ex-alunos de escola pública. O projeto de lei foi sancionado nesta quarta-feira (29/08), pela presidente Dilma Rousseff, mas na prática só passa a valer para os vestibulares de 2013, inclusive o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A ferramenta unifica a oferta de vagas nas universidades federais e seleciona os estudantes a partir do resultado obtido no Enem.

De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o governo fará a regulamentação da lei até o fim de setembro para estabelecer os critérios de implantação das novas regras. De acordo com a lei, as universidades têm o prazo de quatro anos para cumprir integralmente a reserva de 50% das vagas, assim a implantação deverá ser gradual, a depender de cada instituição. Isso significa que não necessariamente todas as universidades terão metade das vagas reservadas já em 2013.

O projeto de lei, aprovado pelo Senado no começo deste mês, prevê que as universidades públicas federais e os institutos técnicos federais em todo o país reservem, no mínimo, 50% das vagas para quem estudou todo o ensino médio em escola pública. Dentro desse percentual, as vagas serão distribuídas a partir de um recorte racial proporcional à composição da população de negros, pardos ou indígenas em cada estado.

A presidente vetou o segundo artigo da lei que previa a distribuição das vagas a partir das notas obtidas pelo aluno durante o ensino médio. O critério de seleção que será adotado é o Enem. A lei prevê que a política de cotas terá o prazo de duração dez anos. Após esse período, será feita uma avaliação dos resultados, com possibilidade de revisão das regras.

Henri Castelli, ator da Globo, visitou a Serra da Barriga e ficou decepcionado.


O ator que está no elenco da novela Gabriela, da Rede Globo visitou a Serra da Barriga, no final de semana: 25/26 de agosto.
Patrimônio Histórico do Brasil, a Serra abrigou o referenciado Quilombo dos Palmares. Henri Castelli, o ator, apesar de encanta-se com a beleza do lugar, ficou decepcionado com os capítulos de abandono que marcam o sítio histórico.
No platô da Serra foi construído, em 2007, o Parque Memorial Quilombo dos Palmares que carrega a memória ancestral do povo preto e nos aproxima da história brasileira.
Na Serra agora repousa um dos nossos grandes ícones contemporâneos, Abdias Nascimento.
A Cultura da presidenta Dilma Roussef marginaliza a história afro-brasileira, como uma ação, estrategicamente, programada de exclusão.
Para o estado de Alagoas a Serra é responsabilidade de Brasília, portanto...
O Parque Memorial plantado no platô da Serra da Barriga, está sendo atropelada pelo descaso. E a isso damos o nome de racismo institucional.
A Ministra da Cultura do governo de Dilma Roussef declarou, em 20 de agosto, tendo ao lado a Ministra da Igualdade Racial, que “o povo preto no Brasil conta a história dos vencidos”.
O silêncio hierárquico da muda concordância ecoou na sala.
O Brasil não gosta da Serra da Barriga porque ela traduz a coleta de uma história guerreira: resistimos à sanha do colonialismo por mais de quase um século.
Cem anos, entendeu?
A Serra da Barriga conta histórias de Áfricas que o Brasil político da presidenta Dilma Roussef rejeita.
O Parque Memorial é o africano indesejado em terras de coronéis.
O ator da Globo observou a Serra da Barriga, útero parideira da reverenciada história de liberdade e não entendeu o porquê do abandono daquele compêndio da história brasileira.
Não se luta mais pela Serra da Barriga.
Não se grita mais o grito de Zumbi.
Quem sabe no dia 20 de novembro, né?
Pão e circo!

Fonte: Cada Minuto

Michele Obama é representada como escrava, parcialmente nua, em capa de revista


Desde que se tornou primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama tem sido capa de diversas revistas, com aparência elegante em várias delas, mas a mais recente está gerando uma grande polêmica.
Numa foto não autorizada e alterada, Michele Obama é retratada como uma escrava e aparece com seu seio direito descoberto e em destaque numa revista espanhola. A imagem é uma versão feita no Photoshop de uma pintura clássica francesa e, apesar do gesto ter sido pensando para ser um aceno positivo para a persona pública da Sra. Obama, muitas pessoas simplesmente não estão entendendo o  "novo look".
A imagem aparece na capa de agosto de 2012, da revista espanhola Fuera de Serie. Uma série de sites têm considerado a capa inadequada, porque descreve a primeira-dama no imaginário associado com a escravidão.

O artista francês Marie-Guillemine Benoist fez a obra o "Portrait d'une NEGRESSE" no ano de 1800 - seis anos após a abolição da escravatura na França (e dois anos antes de ser parcialmente restabelecida por Napoleão Bonaparte). Os críticos geralmente consideram a pintura como uma demonstração de apoio para o feminismo e direitos dos negros.
O historiador de arte James Smalls diz que "o artista respondeu ao racismo francês do início do século XIX e a opressão das mulheres", concluindo que "a sua pintura pode ser vista como uma voz de protesto, ainda que pequena, no discurso sobre a escravidão humana."
A revista usou a foto para falar sobre a  popularidade de Michele Obama e  a sua força na Casa Branca, afirmando: "Por trás de todo grande homem há uma grande mulher." Enquanto os espanhóis parecem compreender a sua própria mensagem por trás da imagem, aparentemente os americanos não estão tendo esse mesmo entendimento.

O que você acha, essa foto da primeira-dama dos EUA é adequada?

Fonte: BET News
Tradução CORREIO NAGÔ

domingo, 26 de agosto de 2012

Advogado aciona justiça contra personagem racista do Zorra Total




A quem o personagem faz rir? Àqueles que não se comovem com o sofrimento e a luta das mulheres negras brasileiras. E que ainda lhe imputam a responsabilidade pela situação de descuido

Não há outros personagens negros femininos no programa, e a caricatura só reforça o preconceito contra a mulher negra, pobre e sem trabalho.

Não há escusas para a Rede Globo, nem para o silêncio de grande parte do Movimento Negro brasileiro, e das instituições ligadas ao enfrentamento do racismo no Brasil. Essas imagens levadas ao plano internacional envergonhariam qualquer nacional.

A representação ao Ministério Público, acompanhada de eficiente ação de reparação de dano coletivo, nos moldes do Caso Tiririca & SONY, já passou da hora. Uma insatisfação do quadro do programa pode ser visto aqui.

Não há como se fugir ao debate da “liberdade de expressão, censura, e liberdade artística” , que por certo será levantado, mas sim impor a reparação do dano coletivo, com os rigores de expressiva jurisprudência nacional a respeito.
A quem o personagem faz rir?

Àqueles que não se comovem com o sofrimento e a luta das mulheres negras brasileiras. E que ainda lhe imputam a responsabilidade pela situação de descuido.

Única personagem negra do programa, a Rede Globo sabe perfeitamente onde quer chegar, tanto que no mesmo quadro, incluiu uma mulher índia, que fica sorrindo o tempo todo, de forma infantilizada, reforçando também o preconceito contra indígenas.

Creio que a Globo se prepara para o debate, já sabendo o que virá por aí.

Na verdade, todo o Capítulo VI do Estatuto da Igualdade Racial, a lei 12.288, abaixo reproduzido, vem sendo desrespeitado.

CAPÍTULO VI

DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança cultural e a participação da população negra na história do País.

Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas, deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de emprego para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou artística.

Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica aos filmes e programas que abordem especificidades de grupos étnicos determinados.

Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas o disposto no art. 44.

Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as sociedades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de participação de artistas negros nos contratos de realização de filmes, programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário.

§ 1o Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão, nas especificações para contratação de serviços de consultoria, conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço contratado.

§ 2o Entende-se por prática de iguais oportunidades de emprego o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finalidade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe vinculada ao projeto ou serviço contratado.

§ 3o A autoridade contratante poderá, se considerar necessário para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego, requerer auditoria por órgão do poder público federal.

§ 4o A exigência disposta no caput não se aplica às produções publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos determinados.

Nada disso tem sido respeitado, nem cobrado, por quem devia estar cobrando, de forma institucional.

Penso que as entidades de mulheres, negras em especial, (mas não apenas essas), possam promover uma representação ao MP, e a ação de reparação de dano coletivo, cujo limites já ultrapassaram o aceitável.

Ação contra personagem Adelaide, do programa Zorra Total

Já foi distribuída a primeira ação civil pública contra a Rede Globo de Televisão, pelo personagem ADELAIDE, de ZORRA TOTAL.

Recebi, anteontem, a cópia da inicial, que aguarda despacho sobre a liminar. Outras ações devem se somar a esta em breve. As entidades de mulheres negras são parte importante deste esforço. Instituições interessadas em somar, favor mandar email para humbertoadami@gmail.com



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Lázaro Ramos usa experiência pessoal para tratar de racismo em ‘Lado a Lado’

Zé Maria é apaixonado por Isabel, mas não está pronto para uma mulher moderna






Em sua primeira novela de época, Lázaro Ramos dará vida ao barbeiro e capoerista Zé Maria. O herói de 'Lado a Lado' é bom caráter, corajoso e lutará contra o racismo.

Em entrevista ao site oficial do próximo folhetim das seis, Lázaro contou que está usando sua experiência de vida para montar Zé Maria, principalmente quando o personagem começar a brigar pelos direitos dos negros, participando de vários eventos históricos do início do século XX. "Essa cultura negra faz parte da minha história de vida, meu currículo, meu grupo de teatro. Esse samba, essa capoeira, eu já visitei no início da minha carreira. Então eu estou trabalhando muito com a minha memória emotiva, dos meus tempos de teatro lá na Bahia, e com o coração, porque eu acho uma história de amor lindíssima", disse o ator.

E por falar em história, Lázaro está empolgado com o efeito que 'Lado a Lado' causará no público, pois trará acontecimentos históricos como pano de fundo. "É engraçado porque são três símbolos muito fortes, que hoje em dia são símbolos nacionais — a capoeira, o futebol e o samba — que quando surgiram eram rejeitados", comenta Lázaro, animado. "Hoje um menino que vir essa novela, não vai nem acreditar: 'gente, mas tinha uma época em que nem se jogava futebol no Brasil? Tinha uma época em que o samba não era cultuado? Tinha uma época em que a capoeira era tão marginalizada? ' É isso que eu falo, da riqueza dessa história, desse período", conclui.

Voltando ao personagem, Zé Maria é apaixonado por Isabel (Camila Pitanga), uma mulher à frente de seu tempo. A história de amor dos dois jovens é um dos fios condutores da trama. "Acho que o Zé Maria tem uma ingenuidade na maneira de se relacionar afetivamente. É um personagem de outra época, não está com a cabeça pronta para esse tipo de mulher que está começando a nascer no Brasil. Isso é muito diferente", antecipa Lázaro.

Em tempo: Lázaro Ramos foi convidado para atuar em 'Lado a Lado' pelo próprio João Ximenes Braga, que assina a novela junto com Claudia Lage, na primeira semana de gravações de 'Insensato Coração', no começo de 2011. Na época, o ator interpretou o conquistador André Gurgel.

Fonte: Yahoo! TV

Serena Williams rouba a noite com minivestido


Em premiação anual da ESPN, tenista capricha no visual ousado e causa burburinho






Anteriormente Serena já havia chamado atenção com um vestido que utilizou na mesma premiação.








Serena Williams sempre representando bem a força da mulher negra por sua competência, atitude e beleza.





quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Estudantes contra cotas erram endereço e protestam em frente ao STF


Cerca de 60 estudantes protestaram na tarde desta quarta-feira em frente ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Eles pediam que a presidente Dilma Rousseff vetasse o projeto aprovado no Congresso que aumenta para 50% as cotas para alunos vindos de escolas públicas nas universidades federais.

Após alguns minutos, percebendo que protestavam no local errado, os manifestantes seguiram para o Palácio do Planalto, no lado oposto da Praça dos Três Poderes. Eles ficaram em frente à sede do governo até por volta das 17h30.

Vestidos de preto e com os rostos pintados, os alunos entoavam gritos como "Cotas não, sim educação" e seguravam faixas, algumas com erros de grafia e de português, como "contra a deficiêcia [sic] educacional" ou "Cotas devia [sic] ser por renda".

De acordo com os representantes do movimento, o protesto era integrado por alunos de escolas particulares, escolas públicas e de universidades do Distrito Federal, chamados para tentar evitar que o projeto de cotas seja transformado em lei.

"Em vez de investir, o governo aprova esse tipo de medida paliativa", disse uma manifestante que não quis se identificar. Os estudantes disseram que as cotas geram uma "falsa inclusão" e defenderam a "meritocracia" na seleção de estudantes da universidade pública.

Um aluno de 16 anos, bolsista de uma escola particular de Brasília, afirmava: "Se tem gente da minha sala que não consegue escrever nem uma redação, imagina como é na escola pública". Ele defendeu que a escola particular deveria ser "opção" e não "a única forma de se ter educação decente".

Outro manifestante dizia que a qualidade da UnB (Universidade de Brasília) vai diminuir com as cotas. "A UnB vive de pesquisa, da contribuição de quem estuda lá. Se piorar a qualidade dos alunos, vai piorar a qualidade da universidade."

Estudo sobre o mercado de trabalho no país revela que a população negra ainda é preterida



Um relatório divulgado em julho pela OIT – Organização Internacional do Trabalho, mostra que problemas históricos do país ainda persistem no mercado de trabalho. De acordo com os índices levantados, as mulheres, os negros e os jovens têm menos oportunidades e salários mais baixos do que homens brancos com mais idade. Além disso, ainda há trabalho escravo e desigualdades regionais no Brasil. O levantamento engloba o período de 2005 a 2009.



Segundo a OIT, o desemprego é maior entre a população trabalhadora negra (9,4%) comparada à branca (7,3%). Entre as mulheres negras, o índice é ainda mais expressivo (12,8%), sobretudo se comparado à taxa correspondente aos homens brancos (5,5%).



A pesquisa também concluiu que de cada quatro jovens negras brasileiras entre 15 e 24 anos, uma não estuda ou não trabalha – o que corresponde a 25,3% dessa faixa da população.



- Quando a jovem diz que não trabalha, quer dizer que não trabalha remuneradamente. Ou ela é mãe e não tem apoio das redes de proteção social; ou concilia família e trabalho; ou cuida de irmãos melhores para a mãe trabalhar – destaca o coordenador do estudo da OIT, José Ribeiro.



A taxa de mulheres negras que não trabalham ou não estudam é superior às das mulheres jovens em geral (23,1%), dos homens jovens (13,9%) e dos homens negros (18,8%).



- O afastamento das jovens da escola e do mercado de trabalho, em um percentual bastante superior ao dos homens, é fortemente condicionado pela magnitude da dedicação delas aos afazeres domésticos e às responsabilidades relacionadas à maternidade, sobretudo quando a gestação ocorre durante a adolescência -, ressalta o responsável pelo relatório.



Os estados em que há mais desemprego entre as jovens negras são Pernambuco (36,7%), o Rio Grande do Norte (36,0%), Alagoas (34,9%), o Pará (33,7%) e Roraima (33,2%).



- As cifras de redução da pobreza e de desigualdade no Brasil, nos últimos anos, são avanços importantes e internacionalmente reconhecidos pela OIT. A pobreza e a desigualdade continuaram diminuindo no Brasil apesar da crise. O Brasil nesse sentido se destaca no cenário internacional. Mas a questão do jovem é claramente um desafio – comenta a diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo.

 Fonte: Revista Afro.com

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Polícia atira contra grevistas na África do Sul




SCRIPT:O confronto entre operários sul-africanos e policiais em uma mina de platina explorada pela Lonmin fez mais vítimas nesta quinta-feira. Armados com facões e pedaços de pau, milhares de mineiros em greve acamparam em uma encosta perto da mina para protestar. A tensão no local aumentou e a polícia abriu fogo contra os manifestantes. Vários trabalhadores morreram e ficaram feridos durante o conflito. Paramédicos fizeram o atendimento dos grevistas machucados no local.A polícia ainda não tem estimativas do número de mortos. Desde o início da paralisação, na sexta-feira passada, dois policiais e oito operários morreram nos confrontos. O porta-voz da Lonmin não quis comentar o incidente.Segundo a empresa, a greve causou seis dias de perda de produção, o equivalente a 300 mil toneladas de minério.A polícia sul-africana informou que está realizando uma investigação sobre o caso.SHOTLIST:MARIKANA, ÁFRICA DO SUL. 16 AGO 2012. (FONTE: ETV)*no resale/ proibida a revenda*homens com armaspolícia atirando veículos da políciamanifestantes cantandoferidos no chãopolícia inspecionando os feridos no chãopolícia inspecionando os feridos no chão. A polícia de coleta de armasveículos da políciaferidos levados em macas.

Fonte: Yahoo!



domingo, 12 de agosto de 2012

Post do(a) Leitor(a): PL 180/2008 traz mais benefícios do que problemas. Por Francisco Antero.

Texto enviado por Francisco Antero.


Escrevi recentemente artigo onde criticava o PL 180/2008. Porém, analisando mais detalhadamente o teor da lei e em confronto com o que fora publicado pela imprensa, este PL traz mais avanços do que retrocessos levando em conta o conjunto da população brasileira.

Tenho de dar a mão à palmatória por ter acreditado na imprensa, e não apenas em qualquer imprensa, mas em órgão do Correio Braziliense quando o mesmo menciona em sua matéria: “Aprovado no Senado na noite da última terça-feira, o escopo do projeto de lei das cotas divide as vagas meio a meio — 25% do total serão destinadas aos estudantes negros, pardos ou indígenas, de acordo com a proporção dessas populações em cada estado baseada em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a outra metade será destinada aos estudantes que tenham feito todo o segundo grau em escolas públicas e cujas famílias tenham renda per capita de até um salário mínimo e meio. Os 50% restantes continuam abertos para livre concorrência.”(1)

Mas a lei diz em seu artigo 3º “Em cada instituição federal de ensino superior, as vagas de que trata o art. 1º desta Lei serão preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).”(2). E o artigo 1º assim prescreve: “Art. 1º As instituições federais de educação superior vinculadas ao Ministério da Educação reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Parágrafo único. No preenchimento das vagas de que trata o caput deste artigo, 50% (cinquenta por cento) deverão ser reservados aos estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo (um salário-mínimo e meio) per capita.” Desta forma, não há que se falar em recorte racial dentro dos 25% como diz a matéria do Correio Braziliense, mas dentro dos 50% a partir da lei aprovada no senado.

O que pode ter provado uma incompreensão é a redação do parágrafo único deste artigo 1º, o qual menciona ser a metade das vagas reservadas pela Lei destinada ao critério econômico sem mencionar aí o quesito racial. De minha parte também me policio e me penitencio por não ter ido com mais afinco a literalidade da lei aprovada. Já devia saber que nossa imprensa nesta seara, a da questão racial, não tem a mínima credibilidade.

Após este introito passemos a analisar de o porquê este PL pode ser considerado um avanço de inclusão racial em universidades públicas federais. De antemão tenho de explicar algo que foge das preocupações de nossos jornalistas, o uso indiscriminado e impossível da soma de negros e pardos, quando o correto segundo o IBGE é a soma de pretos e pardos. Em nenhuma passagem da lei usa-se o termo ‘negro’, pois o legislador foi bem assessorado por alguém ou por sua própria inteligência sobre como é classificado o seguimento negro em nossa sociedade segundo o instituto. É possível que a imprensa tenha dificuldade no uso da palavra ‘preto’ imaginando estar cometendo “um crime”. Usarei os critérios estabelecidos pelo IBGE na classificação da população brasileira, ou seja, negros segundo o IBGE é a soma de pretos e pardos.(3)

Inicialmente tomarei como exemplo os estados onde se concentram o maior número de negros e aí verificar um novo cenário mínimo de matriculados, comparando com uma realidade anterior. E depois apresento os estados onde o sistema de cotas poderá ser prejudicial em relação à sistemática atual.

Comecemos por São Paulo. Neste estado a população de negros está na ordem de 12.500.000 (32% do total do estado). Neste caso tomando como base a UNIFESP, 9% de suas vagas em cada curso são disponibilizadas para as cotas raciais seguindo a autonomia universitária que rege o sistema de ações afirmativas. O PL fará com que este percentual aumente para 16%, pois o percentual de 32% (proporção de negros em SP) será aplicado sobre 50%. (O caro leitor deverá sempre aplicar o percentual de negros na federação sobre 50% das vagas em todos os demais casos)

Em Minas Gerais, 10.400.000 negros (53% do total do estado), sua principal universidade federal, a UFMG, não tem cotas raciais, mas um programa de Bônus. Ou seja, um percentual X acrescentado à nota para quem vem de escola pública e um percentual X+Y para quem vem de escola pública e se autodeclara preto ou pardo. O problema deste sistema diz respeito à possibilidade de quem não tem direito ao Bônus procurar tirar uma nota muito superior aos bonificados e assim procurar anular os efeitos deste sistema de ações afirmativas. Pois bem, com a adoção do PL 180 para a UFMG, o que antes era imprevisível o número de negros matriculados em cada curso, agora teremos a certeza que no mínimo em cada curso, a possibilidade de serem matriculados negros e negras é certa, ou seja, 27% de negros em cada curso. Da imprevisibilidade de terem negros, por exemplo, num curso de medicina, agora podemos ter 27%.

No estado da Bahia, 10.800.000 de negros (82% do total do estado), a reitora foi feliz em afirmar que apenas serão feitos alguns ajustes. Neste estado, o percentual do IBGE pelas regras atuais se abate sobre 45% das vagas, com a introdução da nova lei, o percentual do IBGE se abaterá sobre 50%. Assim em cada curso haverá um acréscimo de matriculados, passando de 38% para 40%.

No Rio de Janeiro, pouco mais de 7.000.000 de negros (46% do total do estado), o grande alvo é a excludente UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, que disputa no tapa com a USP para saber quem exclui mais negros e negras dos cursos mais concorridos. Até que depois de muita pressão, o conselho desta universidade resolveu adotar cotas, mas sociais. Raciais eles desprezam. Assim sendo, num ambiente em que a possibilidade de ter turmas com a ausência de negros segundo as regras estipuladas por sua autonomia, com este PL aprovado, temos a oportunidade de vermos matriculados em cada curso, em cada turma um percentual mínimo de 24% de negros aprovados.

No estado do Pará, a população está em torno de 5.400.000 de negros (77% do total do estado) e haverá um leve declínio passando dos atuais 40% em cada curso e turma, em face do sistema de cotas implantado, para 38% ou 39% com a introdução dos critérios adotados pelo PL 180/2008.

Em Pernambuco e no Ceará a população de negros em cada estado está na ordem de 5.300.000 (62% e 65% respectivamente do total geral). Não existem ações afirmativas pelo recorte racial. Apenas em Pernambuco tem uma bonificação social. Com o PL teremos uma grande revolução, ou seja, passaremos a ter em cada universidade 31% e 32% de matriculados negros – respectivamente - em cada curso e turno.

Para encerrar estes primeiros exemplos, temos o estado do Maranhão, com uma população de 4.600.000 de negros (75% do total do estado). O sistema de cotas raciais aplicado pela universidade promove a inclusão em cada curso e turno um percentual de 25%. Com a introdução das regras previstas no PL 180, teremos um aumento para 38% em cada curso e turno.

Por outro lado, abro um parêntese para analisar os três estados onde este PL poderá promover um decréscimo de vagas para negros, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
No estado gaúcho há em torno de 1.700.000 de negros (16% do total do estado). Em sua principal universidade UFRGS há uma previsão de 15% para negros. Com o PL este percentual cai para 8% das vagas abertas destinadas para negros.

Em Santa Catarina, 700.000 negros (12% do total do estado), há previsão em cada curso de 10% para autodeclarados negros. Com o PL este percentual beneficiado em cada curso e turno ficará em torno de 6%.

E finalmente o estado do Paraná, um estado com 2.660.000 de negros (26% do total do estado). Na situação atual, sua principal universidade federal, a UFPR, prevê 20% autodeclarados negros. Com a sistemática a ser implantada, a previsão ficará em torno de 13%.

Estes três exemplos de perda não tem o condão de tornar ineficaz a inclusão racial no Brasil como um todo. Não existe sistema perfeito que atenda a todos quando estamos diante de número estatísticos. É um sacrifício a ser suportado por poucos em prol da maioria.

Como podemos notar, o percentual de cotas nos estados onde a população de negros é mais elevada fica distante dos números do IBGE, mas não podemos deixar de observar uma grande mudança no Brasil como um todo. Mas de 100 anos de mentiras e massacre psíquico pós 1888 talvez tenha brecado uma demanda por um maior número de vagas. Estamos numa transição e temos de aproveitar o máximo possível os efeitos desta lei que nasce única e exclusivamente por pressão do Movimento Negro – O legislativo é consequência desta pressão.

Após a análise destes exemplos aqui trazidos, devemos nos ater ao disposto no artigo 8º da referida lei quando menciona: “As instituições de que trata o art. 1º desta Lei deverão implementar, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) da reserva de vagas prevista nesta Lei, a cada ano, e terão o prazo máximo de 4 (quatro) anos, a partir da data de sua publicação, para o cumprimento integral do disposto nesta Lei.”(2). Acredito que a pressão do movimento negro obrigará que nenhuma universidade espere para por em prática apenas no último ano o previsto nesta lei.

E para encerrar este artigo, ressalto que esta lei não se dirige apenas a negros, mas também às demais etnias não-negras e também ao grupo indígena deste país. Esta lei se abraça ainda às instituições federais de ensino médio e técnico no Brasil.




Aluno branco de escola privada tem nota 21% maior que negro da rede pública

Recorte inédito de dados de desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 nas capitais do País, além de confirmar a distância entre as notas médias dos estudantes de colégios particulares e os de escolas públicas, revela o abismo que separa estudantes brancos e negros das duas redes.

Da rede pública. Luana Miranda e Inaiá Regina




Os números mostram que as notas tiradas pelos alunos brancos de escolas particulares no exame são, em média, 21% superiores às dos negros da rede pública - acima da diferença de 17% entre as notas gerais, independentemente da cor da pele, dos estudantes da rede privada e os da rede pública.

O levantamento também aponta distorções entre os Estados. De acordo com especialistas, esse cenário é o reflexo da desigualdade social e também da diferença dos níveis de qualidade das redes estaduais.

A reserva de vagas por cor de pele está na Lei de Cotas aprovada no Senado na semana passada (mais informações nesta página). O projeto, que precisa ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff, prevê que 50% das vagas das universidade federais sejam reservadas para alunos da escola pública - respeitando critérios de renda e reservas proporcionais por Estado para pretos, pardos e indígenas.

Como a maioria das federais adota o Enem como critério de seleção, o levantamento indica um cenário aproximado sob a nova Lei das Cotas.

Vantagem da escola paga. Por sua vez, a nota média de negros que estudam em escola privada é 15% superior às dos negros da rede pública - próxima dos 17% entre todos os estudantes da rede particular e da rede pública.

Embora em menor dimensão, a variação de desempenho entre negros e brancos dentro da escola pública também é desvantajosa para o primeiro grupo. Na média, os brancos têm médias 3% maiores que os negros. O fato de os negros terem rendimento menor do que os brancos, mesmo dentro da rede pública, tem explicações econômicas e pedagógicas, segundo a diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.

Na questão econômica, segundo ela, a explicação é que "entre os pobres, os negros são os mais pobres". O lado pedagógico refletiria a baixa expectativa. "Em uma sala de aula, se uma criança negra começa a apresentar dificuldade, a professora desiste de ensiná-la muito mais rapidamente do que desistiria de um estudante branco."

O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), José Fernandes Lima, ressalta que há um "acúmulo de desigualdades". "Fica claro que temos dois tipos de desigualdade: a social e racial. É a soma de dificuldades", afirma ele, que defende a combinação do fator racial com a cota cujo princípio é a escola pública. "Se os alunos da escola pública entram em desvantagem com a rede privada, os alunos negros da escola pública têm uma desvantagem ainda maior."

Abismos. Segundo Lima, há outros fatores importantes para entender os dados, como a qualidade das redes públicas - principalmente estaduais -, índices de reprovação e até realidades culturais locais.

Essa complexidade de fatores fica clara ao analisar os dados por capitais. O mapa do desempenho pelo fator racial mostra verdadeiros abismos. O negro de Belo Horizonte que estuda em escola pública, por exemplo, tem nota 12% superior à do negro da mesma rede em Manaus. As duas cidades têm os extremos de notas desse grupo: 521,03 e 463,85, respectivamente.

Vitória, capital capixaba, tem uma média de 502,59 nas provas objetivas (sem a redação) dos estudantes negros, a sexta maior entre as capitais. Mas na comparação com os alunos brancos de escolas particulares, a diferença é a maior de todas: os brancos da rede privada têm média 27% superior à dos negros das públicas.

Não por acaso, os negros de escolas públicas de Vitória têm o pior desempenho na comparação com os brancos da mesma rede: nota 8% inferior, demonstrando que as diferenças raciais se reforçam até na mesma realidade escolar daquele Estado. Os negros das escolas particulares não têm o mesmo sucesso em notas que os brancos da mesma rede.

A proporção de negros por Estado, que vai servir como critério para a reserva de vagas nas universidades e escolas técnicas federais, influencia as médias. Salvador, por exemplo, tem uma das maiores proporções de negros na sua população. Apesar da participação maciça desse grupo na escola pública, a diferença de nota para os brancos de escolas privadas bate em 25% - só perde para Vitória.

Textos. Em geral, as diferenças de desempenho entre negros e brancos sempre são menores nas notas das redações. Em Florianópolis, considerando a parte objetiva do Enem, há uma distância de 20% entre a nota média de negros de escolas públicas e a de brancos das particulares. Na redação, essa diferença cai para 8%.

Segundo o professor Francisco Platão Savioli, da USP e do Anglo, a explicação envolve os tipos de competências que a redação consegue avaliar. "A redação não mede um conhecimento momentâneo, mas um conhecimento calcado na experiência de vida, até mesmo na luta contra as contrariedades", diz ele. "O texto avalia competências que outras matérias não avaliam."

Fonte: Estadão

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ofensiva Negritude no Top Blog 2012


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