sábado, 31 de dezembro de 2011

Yemanjá, “Patrimônio Cultural Carioca”


Decreto do prefeito Eduardo Paes, publicado no Diário Oficial do Município ontem, sexta-feira, declara como “Patrimônio Cultural Carioca as festas que cultuam Iemanjá” – conhecida como a Rainha do Mar – nas praias do municipio do Rio de Janeiro. De acordo com o decreto, o sincretismo religioso é uma forma de expressão da cultura afrobrasileira e, por essa razão, é preciso preservar a memória cultural com inscrição no Livro de Registro de Atividades e Celebrações.
Cabe ao Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural inscrever as festas em homenagem a Iemanjá nas praias do Rio como bem cultural de natureza imaterial.
Odoyá, É!



Fonte: PPABerlin

Por que você luta contra o racismo?

Excelente vídeo visto no Youtube. Vale a pena refletir.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Mais um caso de racismo em Caxias do Sul

Vilmar Oliveira é presidente da WABDL (Associação Mundial de Levantadores de Peso) para a América do Sul. Técnico da Seleção Brasileira de Power Lifting e Presidente da Federação Gaúcha de Powerlifting. Numa tentativa de divulgar a modalidade esportiva que ele pratica fechou uma parceria com o San Pelegrino Shopping Mall para a realização de um evento chamado "Maratona Esportiva". 

Acontece que o evento não acabou muito bem, ou melhor, nem começou. Veja a nota abaixo que Vilmar publicou no Facebook.

No último sábado (17/12) promovi, juntamente com o San Pelegrino Shopping Mall de Caxias do Sul o evento " Maratona Esportiva". O evento, inédito no RS, reuniria 25 modalidades esportivas e dança. Durante a realização da apresentação de capoeira,no sábado,final da tarde, fui abordado por um senhor, acompanhado pelo chefe da segurança, que se identificou como proprietário do Shopping. Apontando para um grupo de capoeiristas negros, falou: "não quero esse tipo de gente aqui no meu shopping". Ordenou também que a equipe de seguranças encerrasse o evento imediatamente.E não satisfeito com isso,em seguida,mandou o chefe de segurança me comunicar que o Evento no domingo estava cancelado.

O prejuizo financeiro e Moral foi muito grande,pois a maioria dos Campeonatos aconteceria no domingo e muitos atletas já estavam na cidade ou se deslocariam para o Evento.

Então meus Amigos,eu lhes pergunto: Que tipo de gente poderá frequentar o referido Shopping?

Estou a 38 anos no Esporte,como Atleta,como Dirigente e como Organizador de Eventos esportivos,e confesso-lhes que Nunca havia presenciado uma Barbaridade dessas.

O referido acontecimento está registrado na Policia Civil sob o numero da ocorrência 44981/2011 em 19/12/20011.

Desde a sua inauguração, há um ano atrás, o San Pelegrino tenta construir uma imagem de que seu foco seriam as classes A e B. Isso é reforçado pela fala do presidente da CDL, Luiz Antonio Kuiava, na inauguração do empreendimento. "A tendência é de que o empreendimento, localizado no bairro São Pelegrino e voltado às classes A e B, atraia um público que antes comprava em outras regiões", afirmou.

Como se vê, mesmo que atualmente se negue, estava na gênese do empreendimento tentar afastar a "gente diferenciada", então, mesmo que seja revoltante, essa situação já estava marcada para acontecer. Cabe agora, a exemplo do que aconteceu com um caso similar no Supermercado Andreazza, ser apurada as responsabilidades.

Fonte: Polenta News

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Stan, o homem branco, explica como dominar o mundo e obter poder preto.

Stan explica os três passos para se conseguir verdadeiramente poder preto. União, organização e parar de seguir o Deus do homem branco.

Fonte: youtube

Parentes de jovem morto na Vila Cruzeiro denunciam ameaças

Familiares afirmam que integrantes da Força de Pacificação mandaram cessar os protestos

RIO - Parentes do adolescente de 15 anos morto na última segunda-feira na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio, dizem estar sendo ameaçados por militares da Força de Pacificação que ocupam os complexos do Alemão e Penha. Abraão da Silva Maximiano, de 15 anos, foi morto a tiros, segundo o Comando Militar do Leste (CML), durante um confronto entre traficantes e os militares. A denúncia da ameaça foi feita na tarde da quarta-feira, após o enterro do menino no Cemitério do Irajá. O coronel Malbatan Leal, chefe de comunicação social da Força de Pacificação, no entanto, nega que tenham ocorrido ameaças.
— Dificilmente isso iria acontecer. Todos os militares que fazem parte da Força de Pacificação foram treinados para se relacionar com a comunidade e estão contagiados pelo espírito de pacificação — afirmou.
Revoltados com o que classificaram de covardia, os parentes que acompanharam o sepultamento tornaram a afirmar na quarta que Abraão estava sozinho em uma praça quando foi baleado. Cerca de 30 pessoas, entre vizinhos e parentes, fretaram um ônibus para participar do enterro. O corpo não foi velado, por falta de dinheiro dos parentes. A Kombi que transportava o corpo deu uma parada dentro do cemitério para que os parentes pudessem se despedir do jovem, antes do sepultamento.
— É um absurdo falarem que o Abraão tinha envolvimento com o tráfico. Desde os onze anos ele presta serviço voluntário na Igreja Nova Vida de Olaria, cortando cabelo de mendigos. Ele completou 15 anos no dia 23, era um menino cheio de vida e sonhos — disse o vizinho da família, Bruno Rodrigues, também voluntário na igreja.
Após o enterro, a tia e a irmã do menino registraram a queixa de ameaça na 22ªDP (Penha) e entregaram as cápsulas recolhidas por elas perto do local onde o rapaz morreu.
— Fomos ameaçados na porta do hospital. Um grupo nos abordou e nos mandou parar de reclamar. Caso contrário, sofreríamos as consequências — contou a tia do jovem, Eliane Lopes, completando que os militares afirmam que o sobrinho estava armado e andando com traficantes, mas até agora não mostraram provas.
O subsecretário de Direitos Humanos, Antônio Carlos Biscaia, esteve no cemitério e afirmou que vai oferecer proteção à família:
— Pretendo convidá-los para conhecerem o trabalho da secretaria. Vamos mostrar como funciona o serviço de proteção. Se for preciso, num primeiro momento, vamos retirá-los da comunidade e levá-los para um outro local, seguro e, depois, mandá-los para fora do estado.
A oferta, a princípio, será rejeitada pela família. A irmã do adolescente, Jéssica da Silva Maximiano, garante que não pretende deixar a comunidade.
— Se algo nos acontecer, todo mundo já vai saber que foram os militares. Quem tem que deixar a favela são eles. Lá é a minha casa, não saio mesmo.
Polícia fará a reconstituição da morte na favela
O delegado José Pedro Costa da Silva, titular da 22ªDP, não estava na delegacia no momento em que os parentes chegaram lá. Pela manhã, ele havia afirmado ao GLOBO que pretendia retornar à favela para realizar a reconstituição do tiroteio e tentar montar a cena do crime. O delegado garantiu também que Abraão não tinha passagem pela polícia e contou já ter interrogado, na terça-feira, os oito militares que participaram da ação:
— Quero saber a posição exata dos militares e a distância de onde partiu a bala que matou o adolescente. Preciso de todas as provas técnicas para concluir a investigação, em 20 dias.


 Fonte: O Globo


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O preconceito contra a mulher negra na literatura

A MULHER DE COR E O CANIBALISMO ERÓTICO  NA SOCIEDADE ESCRAVOCRATA
RESUMO
O ROMANTISMO TRAZ A ESTÉTICA DA ORALIDADE NÃO APENAS NO SENTIDO DE O POETA DECLAMAR SEU POEMA MAS TAMBÉM PORQUE ACOMPANHA UM DESEJO DE INCORPORAÇÃO DO OBJETO DE DESEJO POIS PERCEBE-SE COM A UTILIZAÇÃO DA PALAVRA COMER ,UMA VONTADE DE FAZER AMOR COM A PESSOA DESEJADA.NO ENTANTO ,QUANDO SE TRATA DA MULHER NEGRA,O CANIBALISMO AMOROSO SE INTENSIFICA  HAJA VISTO QUE HÁ VONTADE NÃO APENAS DE “COMER” E SIM DE DEVORAR.
NO ARCADISMO,A MULHER ERA RETRATADA NA POESIA DE MANEIRA MAIS SUTIL,COM PALAVRAS MAIS REBUSCADAS E NÃO SE FALA SOBRE AS PARTES DA MULHER DE DIRETAMENTE SENÃO COM UMA LINGUAGUEM DISFARÇADA,O POETA ESTÁ DESENHANDO A AMADA.ENQUANTO NO ROMANTISMO,O POETA QUER COMER –LA.
NO SÉCULO XVII EXISTIA ENTÃO,A MULHER FLOR,AQUELA QUE ERA VISTA COM UMA PINTURA E POR ISSO DEVERIA APENAS SER RETRATADA.A PARTIR DO SÉCULO XIX A MULHER SE TORNA MULHER FRUTO ,OU SEJA A MULHER PARA SER COMIDA,POSSUÍDA SEXUALMENTE.
O POEMA  RETRATO DA MULATA  É A PASSAGEM DE DUAS ESTÉTICAS ,A NEOCLÁSSICA E O ROMANTISMO,POIS ELE COMEÇA FALANDO COMO RETRATO, CARACTERÍTICA FORTE DO NEOCLASSICISMO QUE TEM A INTENÇÃO DE RETRATAR,PINTAR A MULHER AMADA,PORÉM NO FINAL DO POEMA,A LINGUAGUEM MUDA E A MULATA É DESCRITA EM MEIO Á COMIDA,SUGERINDO ENTÃO O COMER.
NOS POEMAS SEGUINTES   Á ESTA TRANSIÇÃO,APARECE ENTÃO A MULHER PARA SER COMIDA COMO  UM FRUTO,SENDO TOCADA,CHEIRADA ETC.ENQUANTO NO NEOCLASSICISMO ERA APENAS VISTA,NO ROMANTISMO,OS OUTROS SENTIDOS DEVEM SER UTILIZADOS.OBSERVANDO O TEXTO ROMÂNTICO,O POETA DEIXA ABERTO TODOS OS SENTIDOS PARA PERCEBER A MULATA ,PORÉM,ESTES NÃO SÃO TÃO ESTIMULADOS COM A MULHER BRANCA.NO ENTANTO,ELE SE DEIXA PERCEBER EM VÁRIOS SENTIDOS ,POIS CONSIDERA A MULHER NEGRA INFERIOR,PORÉM COM A MULHER BRANCA ISSO NÃO É ACEITÁVEL DEVIDO AO STATUS DE MULHER ESPOSÁVEL.COM UMA ELE QUER FUGIR OU ENTÃO MORRER NOS BRAÇOS E PARA AQUELA QUE JULGA INFERIOR,USA TAMBÉM DE VIOLÊNCIA CANIBAL.
O QUE SE OBSERVA NA POESIA,NA VERDADE,É O QUE OCORRE NA SOCIEDADE ROMÂNTICA,O “COMER” EM RELAÇÃO Á MULHER NEGRA SE DÁ PORQUE ELA É INFERIOR SOCIALMENTE E POR ISSO É OBRIGADA A SATISFAZER SEU SENHOR  COM SERVIÇOS DOMICILIARES E SEXUAIS ,ENQUANTO A MULHER BRANCA EXIBE O STATUS DE CASAMENTO ESTÁVEL.
APÓS A PASSAGEM DA FLOR AO FRUTO ,A MULHER NEGRA AINDA SE TRANSFORMARÁ EM MULHER CAÇA,POIS O HOMEM BRANCO COMEÇA A SE UTILIZAR DE VIOLÊNCIA,COMO SE ESTA FOSSE UMA CAÇA ,LOGO UMA CAÇA ERÓTICA.
CONTINUANDO A ANÁLISE DA MULHER NEGRA COMO MULHER FRUTO,NA MODERNIDADE OBSERVA-SE MÚSICAS QUE RETRATAM A MESMA POSTURA DA POESIA ROMÂNTICA  COMO “NO TABULEIRO DA BAIANA” DE ARI BARROSO,ONDE COZINHAR E AMAR SE COMPLETAM,ENTRE AS COMIDAS DELICIOSAS QUE A NEGRA FAZ,ELA TAMBÉM SEDUZ O HOMEM COM SEU SEXO.
CONCLUINDO ,A MULHER NEGRA NA POESIA DO ROMANTISMO, FAZ PARTE DA IMAGINAÇÃO ERÓTICA DA SOCIEDADE  ESCRAVOCRATA ,ONDE OS HOMENS PODERIAM SE LIBERTAR E ASSIM EXERCER UMA DOMINAÇÃO ERÓTICA E ECONÔMICA,HAJA VISTO,QUE ERAM OS SENHORES DESTAS MULATAS.

Retrato da Mulata (Quiroga)

Crespa madeixa
Partida em duas,
As fontes tuas
Cercando assim,
Parece largo
Diadema airoso
De muito lustroso
Preto cetim.

Que bem te assentam
Faces vermelhas
E sobrancelhas
Cor de carvão!
jabuticabas Frescas, brilhantes,
Como diamantes
Teus olhos são.

Se a mim os volves
Amortecidos,
E derretidos
Em doce amor,
As negras franjas
A custo abrindo,
E despargindo
Terno langor!

Ah! que então sinto
Um tão amável,
Tão inefável,
Vivo prazer,
Que extasiado
No gozo ativo
Se morro ou vivo
Não sei dizer.

Em tuas faces
Brilha serena
A cor morena
Do buriti:
Teus lábios vertem
Rósea frescura,
Cheiro e doçura

Do jataí.

E quando os abre
Do rir e ensejo,
Pérolas vejo
Entre corais: 
Como são belos
Assim molhado!
De amor gerados
Me arrancam ais.

Para roubar-me
Cinco sentidos, 
Tens escondidos
Certos ladrões
Dentro do seio,
Bem disfarçados,
E transformados
Em dois limões.

A tua airosa
Bela cintura
O gosto apura
Em estreitar,
E o mais que à vista
O pejo oculta
Vontade exulta
Só de pensar. 

Já que pintei-te, Minha querida,
Vênus nascida
Cá no Brasil,
Em prêmio dai-me
Muxoxos, queixas,
Quindins, me deixas,
E beijos mil.
_______________________________________________________________
NO TABULEIRO DA BAIANA(Ary Barroso)
No tabuleiro da Baiana tem
Vatapá, Carurú, Mungunza tem Ungu pra io io

Se eu pedir você me da
o seu coração,seu amor de ia ia
No coração da Baiana também tem
Sedução, cangerê, ilusão, candonblé
Pra você

Juro por Deus,pelo senhor do bonfin
quero você Baianinha inteirinha pra mim
E depois o que será de nós dois?
Seu amor é tão Fulgás enganador
Tudo já fiz, fui até no cangerê
Pra ser feliz,meus trapinhos juntar com você
E depois vai ser mais uma ilusão
no amor que governa o coração

sábado, 24 de dezembro de 2011

A nova literatura africana - uma geração de 
escritores livres 
que almeja ser
 universal

A negritude trouxe o mundo negro para dentro do campo literário francês. A africanidade e o mundo francês não são hoje os únicos horizontes da nova geração de escritores francófonos em busca da universalidade. Os anglófonos e lusófonos, que nunca cederam verdadeiramente à tentação de “romantização” da África como fizeram os poetas da negritude, definem-se por uma constante problematização da origem e por sua descrição espontânea em uma world literature sem fronteiras.


Fotografia de Malick Sidibé, Garçons à la chaussée, 1975-1998. Gelatina e prata. 33,3 X 40,3 cm.
Surgida nas primeiras décadas do século XX, a literatura africana de língua francesa é um dos componentes essenciais do que se convencionou chamar de francofonia. Seus poetas, dramaturgos e romancistas ampliaram consideravelmente o leque do imaginário literário francês ao introduzir o harmatão e as jaqueiras, os pajés e os “abikus”, “os sóis das independências” e os guias providenciais.
Mais importante ainda, além de enriquecer o francês no sentido do léxico, o surgimento de uma escrita francófona africana no contexto histórico da colonização trouxe como conseqüência o problema do olhar que uma civilização milenar e colonizadora tem do mundo por meio de sua língua.
Revolução do olhar
Uma conseqüência plena de sentido que não escapou à percepção anticolonial de Jean-Paul Sartre, que escreveu, em 1948, em seu célebre prefácio à Anthologie de la nouvelle poésie nègre et malgache de langue française (Antologia da nova poesia negra e malgaxe de língua francesa) (Ed.PUF, Paris, 1948), organizada por Léopold Sédar Senghor: “Eis aqui homens negros em pé que nos olham e a quem desejo que sintam, como eu, a emoção de serem vistos[…] Hoje, esses homens negros nos olham e nosso olhar entra em nossos olhos; tochas negras, por sua vez, clareiam o mundo e nossas cabeças brancas não passam de pequenos lampiões balançados pelo vento”.
A poesia da negritude que o filósofo homenageava era, pois, uma revolução do olhar. Essa subversão dizia respeito primeiramente aos africanos a quem séculos de escravidão e colonização ensinaram a olhar seu continente e suas culturas com os olhos de desprezo do Ocidente triunfante.
Surgida na Paris dos anos 1930 e 1940, sob a pluma do trio carismático formado pelo senegalês Senghor, o martinicano Aimé Césaire e o guianense Léon-Gontran Damas, a nova poesia negra cantava sem complexo a beleza da “mulher nua, mulher negra”, exaltava a energia e o fausto dos impérios africanos esquecidos, “dessexotizando” e desalienando o olhar que o negro tinha sobre si mesmo e sobre seu passado.
Conclamando o negro a retomar a confiança em sua cultura, a negritude preparou o terreno para sua libertação política. Não é exagero dizer que essa poesia revolucionária continha o germe, desde seus primeiros textos, das independências africanas que viriam!
A ficção, que surgiu logo após a poesia no campo francófono, não foi menos lúcida, como comprova a leitura de alguns dos romances mais representativos das diferentes gerações que se sucederam ao longo dos últimos cinqüenta anos1.
Anticolonial no início, o campo literário fortaleceu-se a partir do momento em que se distanciou do viés realista e procurou expressar o caos africano por meio dos espelhos quebrados de uma narrativa fragmentada, carnavalesca e, sobretudo, metafórica das turbulências do cotidiano.
A nova geração de romancistas francófonos, cujos nomes de maior destaque são Abdourahman Waberi, Kossi Effoui, Alain Mabanckou e Jean-Luc Raharimanana, vai ainda mais longe negando-se a limitar-se aos assuntos afro-africanos. Eles reivindicam a liberdade de escrever como autor e de inscrever suas obras em filiações eletivas que desprezem a origem. Buscam ser universais e afirmam que “a literatura africana não existe”!

Perguntas para Bernard Magnier, jornalista literário e diretor da coleção “Afriques” da editora Actes Sud (Arles)
Fotografia de Malick Sidibé, Danser le TWIST, 1965-1998. Gelatina e prata. 59,5 X 50 cm.

Pode apresentar-nos a coleção africana sob sua direção na editora Actes Sud?
Bernard Magnier: A coleção “Afriques” – “Afriques” com um “s” para deixar clara a diversidade e a multiplicidade das literaturas africanas – existe há dez anos. É formada por aproximadamente trinta títulos que reúnem grandes nomes como os nigerianos Wole Soyinka e Ken Saro-Wiwa, o sudanês Jamal Majhoub, o zimbabuano Chenjerai Hove ou a marfinense Véronique Tadjo. Nossa abordagem é geográfica e nossa ambição é levar ao público as obras mais representativas do continente africano do sul do Saara, somadas todas as línguas.
Além da origem geográfica, há outra coisa que una esses escritores?
A urgência. Parece-me que há um sentimento de necessidade em muitos desses livros, o que se traduz pela escolha de temas predominantemente atuais, como as ditaduras, a imigração, a condição das mulheres. São assuntos sérios, mas tratados freqüentemente com humor. É esse humor, somado a uma escrita lírica, onírica ou fantástica, que permite ultrapassar o real e ler essas obras como qualquer texto de imaginação ou criação.
Como se traduz a relação complexa que esses autores mantêm com as línguas europeias, herdadas de uma história colonial dolorosa?
Alguns dizem que estão totalmente à vontade nessas línguas, a francesa ou a portuguesa. Outros mantêm relações conflituosas com as mesmas e necessitam apropriar-se delas inventando uma língua de escrita a partir de um idioma de base vindo efetivamente de outro lugar. Assim como os latino-americanos, os indo-ingleses ou os caribenhos, os africanos estão transformando profundamente as línguas imperiais européias ao introduzir registros de língua e de sensibilidade que não existiam antes.
No cruzamento da oralidade com o pós-modernismo
Na anglofonia, assim como na francofonia, os anos 1990 assistiram ao surgimento de uma nova geração de autores que estão renovando a inspiração ao situar suas obras, mais decididamente que seus ancestrais, no cruzamento da oralidade africana com as tradições pós-modernas ocidentais.
Injustamente desconhecidas, as literaturas lusófonas da África mostram, há cinqüenta anos, uma vitalidade e uma fertilidade surpreendentes da qual é testemunha tanto a poesia militante de revolta contra o colonialismo sob a pluma da primeira geração de escritores (Antônio Jacinto, Viriato da Cruz, Antônio Cardoso, Agostinho Neto), como a ficção moderna e metafórica dos romancistas contemporâneas, dentre os quais Mia Couto (Moçambique), Pepetela (Angola), Germano Almeida (Cabo-Verde) e Abdulai Silai (Guiné-Bissau).
Anglofonia, lusofonia…
As literaturas modernas da África negra escrevem-se também na língua inglesa e na língua portuguesa. A produção literária anglófona desenvolveu-se, de fato, a partir de 1950. Ela é dominada pela figura tutelar de Wole Soyinka. Ao mesmo tempo dramaturgo, poeta, romancista e ensaísta, este gigante das letras africanas recebeu, em 1986, o Prêmio Nobel de Literatura por ter sabido “dar forma ao drama da existência em uma ampla perspectiva e com conotações poéticas”.
Outros grandes escritores anglófonos são Chinua Achebe, Ben Okri, Ayi Kwei Armah, Ngugi wa Thiong’o, Nuruddin Farah e Dambudzo Marechera. Considerado o pai da ficção africana moderna, Chinua Achebe tornou-se conhecido ao publicar, em 1958, Le monde s’effondre (O Mundo Desmorona) (Ed.Présence Africaine, Paris, 1972) que evoca a destruição da sociedade tradicional em contato com o Ocidente.
 Fonte: Buala.org
  • 1.Les Bouts de bois de Dieu(Os Fins dos Bosques de Deus) de Sembène Ousmane (Ed.Presses Pocket, Paris, 1960), L’Aventure ambiguë (A aventura Ambígua) de Cheikh Hamidou Kane (Ed.10/18, Paris, 1961), Les Soleils des indépendances(Os Sóis das Independências) de Ahmadou Kourouma (Ed.du Seuil, Paris, 1969), Une si longue lettre(Uma Carta tão Extensa) de Mariama Bâ (Les Nouvelles Éditions africaines, Abidjan, 1979), La Vie et demie(A vida e meia) de Sony Labou Tansi (Ed.du Seuil, Paris, 1979), Le Pleurer-rire(O Chorar-rir) de Henri Lopes (Ed.Présence africaine, Paris, 1982), Assèze l’Africaine(A Africana Assèze) de Calixthe Beyala (Ed.Albin Michel, Paris, 1994), Cahier nômade(Caderno Nômade)de Abdourahman Waberi (Ed.Le Serpent à plumes, Paris, 1994), Rêves sous le linceul(Sonhos sob a Mortalha) de Jean-Luc Raharimanana (Ed.Le Serpent à plumes, Paris, 1998), La Fabrique des cérémonies(A fábrica das Cerimônias) de Kossi Effoui (Ed.du Seuil, Paris, 2001), Verre casse (Vidro Quebra) de Alain Mabanckou (Ed.du Seuil, Paris, 2005)…





Após oito anos de espera, Luislinda Valois é nomeada desembargadora

Juíza foi promovida por critério de antiguidade em sessão extraordinária.
Ela comemora a promoção e diz que é hora de pensar na aposentadoria.


A juíza baiana Luislinda Dias de Valois Santos foi promovida a desembargadora titular do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) durante sessão plenária extraordinária ocorrida por volta das 13h30 desta segunda-feira (19). Na ocasião, outros cinco desembargadores também foram nomeados, sendo três pelo critério de merecimento e outros três pelo critério de antiguidade.
Luislinda Valois é considerada a primeira juíza negra do Brasil e tentava a promoção desde 2003, mas o caso nunca foi votado pelo Tribunal. No dia 6 de dezembro deste ano, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou por unânimidade que o TJ-BA julgasse o caso de Valois. "Agora é hora de deixar o passado para trás e comemorar", diz.
Reconhecida por lutar pelas causas contra o preconceito racial, Luislinda Valois hoje atua como magistrada substituta do Tribunal de Justiça da Bahia. "Eu costumo dizer que sou a primeira juíza negra, rastafari, cabelo vermelho do Brasil", brinca a desembargadora.
A cerimônia de posse está marcada para as 10h de terça-feira (20), na sede do Tribunal de Justiça, no Centro Administrativo da Bahia, no bairro de Sussuarana, em Salvador.
Aposentadoria
Com a promoção, a  nova desembargadora tem até o próximo dia 20  de janeiro para entrar com o pedido de aposentadoria. Luislinda celebra o momento e conta que será um período para descansar. "O ser humano deve se renovar a todo momento. Na aposentadoria eu pretendo ter um momento de descanso, para me renovar e me preparar para novos desafios", pontua.
Promoções
Com as promoções desta segunda, o TJ-BA conta agora com 41 desembargadores no estado. Além de Luislinda, outros cinco juízes foram promovidos na sessão extraordinária. Pelo critério de merecimento foi promovida a juíza Inez Maria Brito Santos Miranda, titular da 73ª Vara de Substituições, o juiz José Alfredo Cerqueira da Silva, titular da 59ª Vara de Substituições e a juíza Gardênia Pereira Duarte, titular da 88ª Vara.
Pelo critério de antiguidade, além da juíza Luislinda Valois, o titular da 1ª Vara da Infância e Juventude, Salomão Pinto Resedá também foi eleito, juntamente com o juiz Augusto de Lima Bispo, titular da 7ª Vara dos Feitos Relativos às Relações de Consumo, Cíveis e Comerciais.
Fonte: G1.com.br


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Aparecida Petrowky se esquece de familiares em casamento com Felipe Dylon


Embora tenha protagonizado um casamento bastante comentado, a atriz Aparecida Petrowky deixou muitos familiares chateados. De acordo com Leo Dias, colunista do “O Dia” e do “Yahoo! Brasil”, a atriz “simplesmente se esqueceu de chamar pessoas de sua família” para a união com Felipe Dylon.
O colunista informa que muita gente sequer foi chamada e, aqueles que tiveram o privilégio de serem lembrados pela atriz só receberam o convite no dia do casório, às seis da tarde. Até porque o casal investiu, mesmo, em emplacar figuras famosas para a celebração, que teve comanda de consumo.
A madrinha do casamento, por exemplo, foi Marília Pêra, que é amiga da família do cantor. Ele também tentou convidar algumas personalidades até pelo Twitter, como Preta Gil. Ahhh...

Fonte: Yahoo!

COMENTÀRIO NOSSO: Notícia em homenagem a quem diz que os casamentos interraciais não são uma busca por embranquecimento.

Editora de revista se demite após polêmica de racismo com Rihanna


Parece que Rihanna não está com sorte este mês. Depois de sofrer preconceito em um hotel, teve seu estilo de vestir classificado como o de uma "Nigga Bitch" (Neguinha Safada) na revista holandesa Jackie. Obviamente não só a cantora encarou o termo como uma forma de racismo, mas seus fãs também se rebelaram na internet.
Rihanna se pronunciou em seu twitter criticando a editora-chefe da publicação, Eva Hoeke, por divulgar uma informação desrespeitosa que denigre toda uma raça. "É esta sua contribuição para este mundo, a de encorajar a segregação, de fazer os futuros líderes acreditarem que devem atuar com a mente posta no passado? Com todo meu respeito, em nome da minha raça, aqui te digo três palavras: vai se f...", escreveu no microblog.
A revista tentou se desculpar através das redes sociais, mas as palavras de Eva não convenceram. A chefe alegou que o termo foi utilizado como uma gíria para descrever um estilo de vestir, mas reconheceu que foi uma “piada” de mau-gosto e se arrependeu de permitir a publicação. 
Após toda repercussão negativa, Eva acabou não aguentando a pressão e se demitiu da revista. “Eu e os editores concluímos que, pelo fato da minha credibilidade estar afetada, é melhor para todas as partes que eu encerre minhas funções como editora chefe imediatamente. Depois de colocar meu coração e alma para a Jackie por oito anos, percebo que esses erros - embora não intencionais - são motivo suficiente para sair”, declarou.
Para tentar amenizar a situação, a revista convidará Rihanna para compartilhar seus sentimentos e pensamentos sobre o artigo na próxima edição.

Fonte: Vírgula

O vídeo das religiões afro

Vídeo gravado para ser exibido na TV Record, como direito de resposta das religiões afro contra ataque sofrido.


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

9º Encontro Nacional Universitário sobre Diversidade Sexual – ENUDS


O Encontro Nacional Universitário sobre Diversidade Sexual – Enuds – é fruto da militância de estudantes dentro do movimento estudantil com a intenção de discutir a luta contra a violência homofóbica dentro das universidades brasileiras. O Encontro surgiu a partir da mobilização de estudantes para o “Ato CONUNE”, realizado em junho de 2003, durante o 49º Congresso da UNE, em Goiânia, com o objetivo de denunciar a homofobia existente dentro do movimento estudantil. 

Em novembro do mesmo ano, ocorreu em Belo Horizonte o I ENUDS, com o objetivo de discutir o combate a homofobia dentro dos estabelecimentos de ensino universitário e desde então é realizado todo ano, sempre em uma universidade diferente.  Atualmente, o evento se encontra em sua nona edição a ser realizada na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, entre os dias 1 e 5 de fevereiro de 2012, com o tema Raça e Religiosidade: Abrangendo as Fronteiras da Diversidade Sexual.

a única modalidade de pagamento que estamos aceitando para efetivar a inscrição no ENUDS é depósito IDENTIFICADO ou transferência da conta da PRÓPRIA pessoa que preencheu a ficha de inscrição. Nestas duas modalidades o nome da pessoa inscrita sai IMPRESSO no comprovante de depósito ou de transferência.

Quem não é correntista do Banco do Brasil pode fazer esta modalidade de depósito, identificado, na boca do caixa. Lá você informa seu nome, neste caso você tem de mandar para o e-mail nonoenuds@gmail.com o comprovante scaneado.

Os comprovantes que NÃO se adequarem a estas regras NÃO serão aceitos e as inscrições NÃO serão efetivadas.

Preço/prazos das inscrições de participação no ENUDS

R$20,00 – para pagamento efetuado de 15 de Novembro até 15 de Dezembro;
R$30,00 – para pagamento efetuado de 16 de Dezembro/2011 a 16 de Janeiro/2012;
R$40,00 – para pagamento efetuado de 17 de Janeiro/2012 a 31 de Janeiro/2012;
R$50,00 – para pagamento efetuado de 01 a 05 de Fevereiro/2012.

Conta para depósito:

Larissa Montenegro Batista Sousa.
Banco do Brasil
Agência: 3458-4
Conta Corrente: 14.529-7

ATENÇÃO: Só serão aceitos depósitos identificados feitos na boca do caixa ou transferências direto da conta da pessoa que está se inscrevendo.

Acessem: Nono ENUDS

Ator Terrence Howard acusa ex-mulher de racismo


  • O ator Terrence Howard com a ex-mulher, Michelle Ghent no "Bing Bar" nos Estados Unidos (21/1/11)
O ator Terrence Howard alega que sua ex-mulher -- de quem pediu separação em janeiro de 2011 depois de um ano de casados -- seja racista. De acordo com o ator, Michelle Ghent sempre o chamava de "macaco" e "preto" durante as inúmeras brigas do casal. A informação é do site TMZ.
O casal está no meio de um divórcio turbulento, com um acusando o outro de atos de violência e ódio. Esta semana, Howard anexou declarações ao processo em que diz que a ex-mulher mudou de "amável" para "monstro", tendo inclusive o ameaçado de morte uma vez.
Nos documentos, Terrence ressalta que Michelle não é negra e não hesitava em se utilizar da raça para humilhá-lo.
No começo de dezembro, o ator foi acusado de agressão e obrigado a manter distância da ex-mulher até 17 de janeiro de 2012, quando uma nova audiência será realizada.
Em setembro deste ano, vazou na internet uma ameaça que Howard fez por telefone a uma estranha que havia passado trotes para sua então mulher. "Se você ligar para a minha mulher de novo eu vou até a sua casa e vou cortar sua garganta. Vou dizer apenas uma vez. Se você ligar para minha mulher de novo, vou te matar", disse o ator.
Terrence Howard atua na série "Law & Order", participou de "Homem de Ferro" e já foi indicado ao Oscar de melhor ator pelo filme "Ritmo de um Sonho".
 
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