sábado, 26 de abril de 2014

Eleição de Lupita como mais bonita do mundo "revolta" Felipe Neto

A vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme 12 Anos de Escravidão, Lupita Nyong'o foi eleita pela revista People como a Mulher mais Bonita do Mundo. A eleição obviamente despertou comentários, sendo inclusive alvo de "críticas" do vlogueiro Felipe Neto no Twitter e em seu canal no Youtube.








Fica a pergunta: qual o conhecimento desse rapaz (que com certeza é mais um daqueles "não racistas") para opinar sobre a questão da "imposição" de usar o cabelo afronatural?  Estaria ele a par dos riscos à saúde e das provocados pelas várias técnicas de alisamento? Deve considerar que libertário é defender o "direito" de adquirir corte químico, câncer, miomas, intoxicação e outros efeitos do alisamento.Ou é apenas mais um daqueles que considera normal negr@s alisando e praticamente inexistirem pessoas brancas com tranças e outros penteados afrocentrados? 

Certamente ignora também a importância da visibilidade de pessoas negras para a construção da identidade e da auto-estima. Deve considerar normal o pouco espaço ocupado pela população negra na mídia.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

II Seminário África-Brasil - de 21 a 24 de Maio na Universidade Federal do Maranhão




APRESENTAÇÃO

A UFMA possui atualmente cerca de 40 estudantes africanos. É com o intuito de realizar uma discussão que envolva alunos africanos e brasileiros e que permita entender a complexidade das relações sociais em África que o Seminário África-Brasil se justifica. É preciso que as universidades brasileiras abram mais espaço para essa discussão para que os estereótipos sejam desconstruídos e deem lugar a reflexões que avancem na produção do conhecimento e nas discussões sobre cidadania.

A universidade cumpre um papel importante nesse sentido. Por isso, a necessidade de fomentar espaços de discussão como o proposto nesse projeto. A temática desse evento vem ao encontro de um dos grandes desafios presentes no continente africano, a consolidação dos estados-nação e afirmação de políticas públicas as populações do continente.

OBJETIVOS

- O Seminário África-Brasil tem como objetivo principal promover o debate acadêmico entre intelectuais africanos e brasileiros acerca das temáticas referentes ao continente africano e à presença africana no Brasil;

- Incentivar discussões e divulgar pesquisas referentes ao continente africano na semana da África;

- Possibilitar a capacitação de estudantes brasileiros e africanos no que se refere aos estudos africanos;

PROGRAMAÇÃO


21 de Maio de 2014

MANHÃ
08h00 -  Credenciamento

TARDE
16h30 - Solenidade de Abertura

18h00 -  Conferência:Emancipação da humanidade e o ensino da história de Africa
Prof. Dr. Jacques Depelchin, M.A. (History) e Ph.D. (History) pela Stanford University, com o trabalho  "From Pre-capitalism to Imperialism: A History of Social and Economic Formations in Eastern Zaire (Uvira Zone, ca. 1800-1965)” / Professor Visitante na UFBA/UEBA – Conferêncista.
Anso da Silva– Mestrando Políticas Públicas – UFMA – Debatedor.

22 de Maio de 2014

MANHÃ
09h00 -  Minicursode Crioulo
Danildo Mussa Fafina - Guiné-Bissau
Vanda Medina - Cabo-Verde

09h00 -  Minicurso – História Geral da África
Profº. Dr. José Luis Cabaço

09h00 – Oficinas
1- Tranças africanas
Mary Belo
Aivandra Menout
2 - Danças africanas
Kuduro - Osmilde Miranda e Anacleto Domingos
Gumbé - Erisangela Valentim e Anso da Silva
Kizomba - Osmilde Miranda e Anacleto Domingos

TARDE
14h00 Mesa Redonda – Políticas Estudantis e Imigração
Representante do MEC
Representante da UFMA
Representante da policia Federal, Departamento Estrangeiro
Representante dos acadêmicos africanos de PEC-G/PEC-PG/UFMA.
Marcelino Soares – Mestrando Políticas Públicas UFMA – Coordenador da Mesa

16h00 - Mesa Redonda - Políticas Públicas e Ações Afirmativas: Conexões de Saberes entre África e Brasil.
Profª. Drª. Maria Cristina Bunn - UFMA
Profª Drª. Claúdia Maiorga – UFMG
Profº. Drº. Carlos Benedito Rodrigues da Silva – UFMA
Maria Socorro Costa - Comunicação Social – UFMA
Siaca Dabó – Ciências Sociais  - UFMA – Coordenador da Mesa

18h00 - Conferência - O Preso politico faz planos? As ambuiguidades das Independências dos países africanos.
Prof. Dr. Alain Pascal Kaly - Doutorado em Programa de Pós Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento Agricultur pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brasil(2005)
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro -  Conferêncista.
Profª. Drª. Elizabeth Maria Beserra Coelho– Doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará-UFC, 1999. Professor Associado IV da UFMA – Debatedora.


23 de Maio de 2014

MANHÃ
09h00 -  Minicursode Crioulo
Danildo Mussa Fafina - Guiné-Bissau
Vanda Medina - Cabo-Verde

09h00 - Oficinas
1- Tranças africanas
Mary Belo
Aivandra Menout
2 - Danças africanas
Kuduro - Osmilde Miranda e Anacleto Domingos
Gumbé - Erisangela Valentim e Anso da Silva
Kizomba - Osmilde Miranda e Anacleto Domingos

TARDE
14h00 - Mesa Redonda - A visão da Mídia brasileira em relação ao Continente africano.
Roberto Prado - Diretor de Jornalismo da TV Mirante
Profª. Francisca Ester de Sá Marques - Doutoranda Comunicação Social - UFMA
Profº. Igor Bergamo dos Anjos – Doutorando Ciências Sociais UFMA
Osmilde Mirande – Comunicação Social – UFMA
Deolindo Deolino Lourenço Augusto Sá –  Comunicação Social - UFMA - Coordenador da Mesa

15h00 - Comunicações orais e paineis

18h00 - Conferência - A circulação de políticas públicas de desenvolvimento rural entre Brasil e África.
Prof. Dr. José Carlos dos Anjos - Doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil(1998) Professor Colaborador da Universidade Publica de Cabo Verde , Cabo Verde. Conferêncista
Profª. Drª. Cindia Brustolin– Doutora em Sociologia da UFRGS/Professora da Departamento de Sociologia e Antropologia. UFMA – Debatedora.

NOITE
Coquetel de encerramento


Para maiores informações acesse o site oficial do evento.

terça-feira, 15 de abril de 2014

A Paixão de Claudia




O ato público e cultural “A Paixão de Claudia”, articulado pela empresa Cubo Preto Ensino de Arte e Cultura Ltda., juntamente com ONGs, associações, coletivos culturais, empresas, órgãos da imprensa formal e informal e por profissionais de várias áreas das artes e interessados na vida em sociedade de modo geral, constitui-se como uma homenagem à mulher negra, trabalhadora e mãe brasileira, Claudia da Silva Ferreira, de 38 anos, que no dia 16 de março de 2014, foi atingida por uma bala perdida dispara por agentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro, socorrida pela mesma ainda em vida e arrastada por cerca de 350 metros, chegando ao hospital morta e com partes de seu corpo em carne viva.

Mãe de quatro filhos biológicos e educadora de quatro sobrinhos, entendemos que o que houve configura-se como uma tragédia horrenda e, diante do silêncio com o qual a imprensa e a sociedade civil recebeu e reagiu diante desta barbaridade ocorrida com uma mulher negra que, como muitas outras alicerça o país por meio de sua força de trabalho, decidimos que era este o momento de prestar uma homenagem às muitas mães pretas que criam, educam, trabalham para a criação e educação dos filhos negros e brancos deste Brasil. Negros quando biólogos, brancos quando filhos de seus empregadores. Isso desde o século XVI. Não é aceitável tamanha anestesia diante de uma vida perdida de maneira violenta e cruel e de uma família negra destruída. E se fosse uma mulher de família branca e de classe media? Haveria maior comoção social? Acreditamos veemente que sim. Uma vida não vale mais do que outra, nós brasileiros precisamos compreender.

Desse modo, escolheu-se a data de 18 de abril por ser feriado, ou seja, não serão causados danos ao transporte da cidade e ao direito de ir e vir dos cidadãos paulistanos. Para além disso, a data relembra a Paixão de Cristo, assassinado em nome da liberdade da humanidade, levando com sua vida os pecados dos homens. Compreendemos que essa Claudia, e muitas outras Claudias, levam em seus corpos e em suas vidas cotidianas as chagas de uma sociedade desigual, que não as confere o devido valor enquanto força motriz da nação em eterno desenvolvimento e enquanto mulheres que são, seres humanos com sonhos, desejos, necessidades, direitos e deveres.

Por meio de ações e manifestações, performances e apresentações realizadas nas mais diversas linguagens das artes, nos reunimos para celebrar a mãe preta do Brasil, as famílias negras, as famílias coloridas, o direito à vida, ao respeito ao cidadão, à cidadã, aos acessos básicos ao direito de ir e vir, à saúde, à educação, à moradia, ao fim dessa condição de cidadania de segunda classe a qual está relegada parte expressiva da população brasileira. 

Definido o percurso do dia 18 de abril, nos concentraremos às 14h vestidos de preto e carregando rosas vermelhas defronte à Igreja da Nossa Senhora da Consolação. Preto em algumas sociedades tradicionais africanas remete à família, ao lar. Rosa vermelha, uma beleza que a própria natureza armou com espinhos para se proteger de seus opressores. 

Da Igreja da Nossa Senhora da Consolação, às 15h, caminharemos ao som de atabaques que invocam nossos ancestrais africanos que com seus braços, pernas, sangue e suor, erigiram o Brasil, até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, localizada no Largo do Paissandu, onde encontra-se a estátua da Mãe Preta, feita pelo artista Júlio Guerra representando todas as mães pretas que foram e são base desse Brasil. 

No Largo do Paissandu será armado um palco no qual, das 16h às 20h, ocorrerão apresentações pacíficas, entretanto não menos indignadas e perplexas, de música, dança, artes cênicas, literatura e artes visuais, sempre com foco no tema do ato cultural porque na poesia das artes há reflexões que compreendemos como precisas e profundas.

Estimamos que desse ato cultural participem 2000 pessoas conforme confabulações entre parceiros e voluntários. 

Sem mulher negra não teríamos nada. A sociedade brasileira precisa de suas "Claudias" para continuar produzindo, criando, dançando, passeando, trabalhando, transando, vivendo. 

É hora de nos mostrarmos nesse ato cultural e artístico que não visa o "vandalismo", porque faremos o contrário do que esperam da gente de cor, faremos com arte.

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Contato para informações, colaborações, sugestões e somas – só vale somar, o Estado já subtrai o bastante: paixaodeclaudia@gmail.com

Quem não puder colaborar basta aparecer no dia 18 de abril defronte à Igreja da Consolação, às 14h, com sua roupa preta e sua rosa vermelha.

Vamos mantendo os interessados informados por aqui.
 
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