quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Torcedores fazem insultos racistas a Tinga! Real Garcilaso 2x1 Cruzeiro 2014



Fonte: Canal HQFootball

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Filme trará ator branco no papel de Lampião


O blog Melhores do Mundo.net noticiou que em 2012 o diretor Bruno Azevedo anunciou que pretendia fazer um filme sobre o cangaceiro Lampião, e algum tempo se passou sem muitas notícias…

No final do ano passado a Prefeitura Municipal de Serra Talhada (Em Pernambuco) anunciava o apoio ao filme, que não mais seria um só, mas TRÊS FILMES que seriam rodados todos ao mesmo tempo…

Bruno Azevedo convocou Paulo Goulart Filho pra fazer o papel de Virgulino Ferreira (o Lampião) e os filmes seriam “Lampião – O Filme”, “Corisco – O fim do Cangaço” e “De Virgolino a Lampião”…

Passado dois meses do anúncio pintaram mais informações sobre os filmes, ao que consta, Lampião – O Filme mostrará os eventos passados nos 10 anos em que o bando de Lampião praticou o cangaço por praticamente todo o nordeste brasileiro (entre 1927 até sua morte em 1938)…

Já Corisco – O fim do Cangaço, vai mostrar o ex-aliado de Lampião, Corisco, que separou-se do grupo de Lampião e montou o seu próprio, partindo pra uma sangrenta vingança contra as tropas alagoanas que mataram seu ex-aliado Lampião em 1938.

por fim, De Virgolino a Lampião vai contar a história de Virgulino, desde seu nascimento, a vida difícil no sertão, o assassinato dos seus pais até quando ele decide se unir ao cangaço.

No elenco já confirmado está Carol Castro como Dadá, esposa do Corisco além de Adriano Garib e Roberto Bonfim, mas se boatam o nome de Alice Braga e Rodrigo Santoro nas produções, que começam a ser filmadas no segundo semestre desse ano.

Até aí tudo bem, mas comparem fotos do ator com as de Lampião.








Tirem suas próprias conclusões.

Carla Akotirene: a Igreja Evangélica, o candomblé e as violências contra as mulheres


Carla Akotirene*

Segundo os dados do Ipea, 61% dos óbitos oriundos das violências de gênero são de mulheres negras. Contudo, permanecem, ainda, a miopia e o descaso político acerca do atravessamento da religião neste fato, tendo em vista a naturalidade e as permanências, sem perder como perspectiva ideológica a demonização das religiões de matriz africana.

Agressões e feminicídios, independentemente das classes, constituem fenômeno mundial, com repercussão em saúde e segurança pública, para os quais as intervenções do Estado requerem a interseccionalidade – abordagem prática, técnica e política cunhada pela feminista afroamericana Kimberly Crenschaw, de modo ativo para leituras sociológicas e intervenções consequentes.

Por meio da interseccionalidade entende-se que, embora resida no patriarcado a ideologia fundante de opressões contra o público feminino, as mulheres negras estão estruturalmente posicionadas em dinâmicas sociais que possibilitam as mesmas serem atingidas simultaneamente e várias vezes por marcadores sociais além da raça e identidade de gênero.

Ao olharmos para comunidades periféricas, por exemplo, percebemos a presença marcante de templos evangélicos, cumprindo o papel de poder e alcance terapêutico nas camadas médias, ao mesmo tempo proporcionando assimilações distorcidas sobre o lugar das mulheres dentro das relações sexo-afetivas quando permeadas por violências.

Se junto à conquista da Lei Maria da Penha, os movimentos de mulheres e feministas demandam uma atuação antirracista e antissexista nos expedientes profissionais de acolhimento às vítimas de violência, urge, também, entender na referida formação das/dos profissionais a importância da interseccionalidade.

De nada adianta acolher, escutar e encaminhar com celeridade as mulheres vítimas de violências à rede de atenção/proteção social cuja visão técnica não seja holística e integralizada. Se o olhar institucional não intuir haver nos contextos de violência o protagonismo de agressoras de arquétipo é viril.

Quantas mulheres diariamente deixam de apresentar queixas contra agressores porque na acepção cristã, toda a mulher sábia deve edificar a sua casa, e somente a tola com a denúncia a derrubará com as próprias mãos (Provérbio 14:1)? Quantas apresentam em serviços de saúde falas referentes às lesões provocadas por supostas irmãs, na verdade, namorados?

De cada 5 (cinco) atendimentos realizados às mulheres estupradas ou agredidas pelos companheiros, em três se verifica a ocorrência do discurso religioso, como desagregador da ruptura com o ciclo de violência e para uma denúncia justa.

Mulheres de candomblé, com uma frequência menor que as neopentencostais também apresentam discursos atenuantes à violência de seus companheiros, sob a justificativa de estarem estes em falta religiosa com determinado orixá; que após a iniciação, a paz espiritual favorecerá o fechamento do ciclo da violência.

Por outro lado há mulheres com a religiosidade identificada às santas e orixás guerreiras, não suscetíveis, portanto, a aceitação passiva de subordinações. E desta forma assinalam: “Somente Oxum pode me fazer chorar”. “Iansã, minha mãe, é guerreira, não deixará depender dele para nada”. “Bateu! descontei, pois sou de Santa Bárbara!”.

Importante para o atendimento à mulher vítima de violência a abordagem multiprofissional. Capaz de orientar a delegacia, porém atenciosa à orientação não jurídica das ialorixás que ao tomarem conhecimento de episódios violentos, indagam as entidades protetoras, buscam resolutividades de natureza penal, mas não exclusivamente do direito.

Manifestas pelo racismo e sexismo institucionais fracassam as instituições todas as vezes que privilegiam como único protocolo de atendimento a sabedoria do médico, a natureza estritamente curativa, a orientação fim para a delegacia, para um novo contexto de violência, apressado e sem qualquer medida protetiva.

Falha a instituição de  saúde quando na notificação não toma como dado estatístico a identidade religiosa da vítima. Negligencia as/os gestores/gestoras sobre o cenário epidemiológico do perfil de mulheres negras ou não negras fadadas pela religião aos ciclos de opressão.

Os prestadores de serviços precisam de entendimentos raciais, de gênero e identidade religiosa. Lentes para enxergar além das marcas visíveis; indagar e construir silêncios e empatias. 

As/os profissionais da saúde e operadores do direito precisam de luz. Obrigam-se a estas categorias acenderem velas para instrumentalizações capazes de perceber masculinidades violentas, seus pontos de partida, condições religiosas e psíquicas, subjetividades, porque a religião e seus saberes marginalizados podem  ajudar na manutenção ou ruptura das mulheres com as violências de gênero.

* Carla Akotirene  é assistente social da Secretaria Municipal de Saúde e mestra em Estudos sobre Gênero e Mulheres pela Ufba

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Aos 82 anos, morre o teórico cultural Stuart Hall


O teórico cultural jamaicano Stuart Hall morreu aos 82 anos, devido a complicações de saúde. Ainda não há divulgação do horário da morte.

Hall cresceu em Kingston, na Jamaica, e estudou em Oxford, na Inglaterra, onde se estabeleceu como um dos principais sociólogos do país. O teórico foi convidado por Richard Hoggart a ser um dos pesquisadores do Centro de Estudos Culturais Contemporâneos, na Universidade de Birmingham, ainda 1964. Seis anos mais tarde, ele se tornou diretor do Centro.

No Brasil, Hall é conhecido pelos livros Identidades Culturais na Pós-Modernidade e Da Diáspora: Identidades e Mediações Culturais. Tanto em sua carreira acadêmica como em debates públicos, o autor se preocupava em discutir as dimensões político-culturais da globalização e os movimentos anti-racistas.


No ano passado, o intelectual ganhou um importante documento sobre sua vida: The Stuart Hall Project. Com imagens de participações de Hall na televisão e gravações de entrevistas em rádio, o filme é um documentário sobre sua vida, pensamento e ativismo.

Assista ao trailer de The Stuart Hall Project:


Fonte: Zero Hora

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Será mesmo que algumas mulheres brancas estão preferindo homens negros? por Gilson Rego

Estranhamente não se ouve falar de qualquer trabalho jornalístico ou de pesquisa acadêmica e muito menos um simples texto de poucas linhas, cujo enfoque gire em torno da “preferência” feminina branca por homens negros.
Os relatos têm mostrado o incômodo de certos jornalistas, a maioria de cor branca, passando por boa parcela da classe média, aquela que comanda o país desde o século XVI, portanto branca também, juntamente com os comentários de pessoas do senso comum, chegando às pesquisas e discussões dos movimentos negros, atores estes que deram visibilidade ao tema com maior intensidade e qualidade nas investigações.

Virou moda escrever e falar das relações afetivas dos homens negros que quando ascendem, social e economicamente buscam, em sua maioria, parceiras brancas, principalmente aquelas com cabelos quimicamente modificados. Porém, quase sempre tal busca costuma aparecer na literatura e em diversos espaços de discussão, em tom de acusação e repudio a exemplo do texto, publicado recentemente pelo jornalista Paulo Nogueira.

O material de título “De Pelé a Joaquim Barbosa, é sempre a mesma coisa”, o qual apesar de expressar um pouco a falta de criatividade por parte do autor, pelo simples fato de o texto, não acrescentar outras informações, é também muito parecido com o livro da pesquisadora e mestre em Ciências Sociais, Claudete Alves, “Virou Regra?”, que aborda a temática em questão.

Quanto ao recorrente repúdio de boa parcela da classe média, inclusive de alguns jornalistas, até se entende, haja vista, quase sempre se tratar, daqueles privilegiados secularmente; os quais acreditam ser uma grande “violação de espaço”, o homem negro, ou mulher negra, buscarem pessoas “pertencentes” a aquele grupamento racial, o qual costuma ser visto como ocupantes de posições ou “hierarquias superiores” na sociedade brasileira. Afinal, no imaginário do racismo, prevalece a fantasia na qual as mulheres e homens brancas(os) devem “pertencer” e se relacionar, apenas neste grupo (endogamicamente). Sendo assim, qualquer procedimento diferente, costuma deixar os homens deste grupamento um tanto fragilizados ou confusos, frente a seus machismos estabelecido ao longo dos séculos.

Mas deixando a digressão dos incomodados de lado, o fato que chama mais atenção, diz respeito ao lugar em que o homem negro está sendo colocado.

Quando lemos pesquisas, artigos e correlatos, a impressão que se tem é a ação deste se tratar de um comportamento unilateral, por parte somente do homem negro, ficando a mulher branca totalmente passiva, como se fosse uma verdadeira vítima do “negão” que só quer “brancona”.

No entanto, em se tratando de relacionamentos interpessoais e racial, chega a ser uma contradição de grande dimensão, este silencio quase unânime, da sociedade, inclusive dos movimentos sociais em relação a boa parcela de mulheres brancas as quais por algum ou diversos motivos estão “preferindo” homens negros, após a ascensão destes, claro. Então, talvez seja interessante para efeito de contribuição junto a este debate, se levantar algumas hipóteses.

Segundo dado divulgado pelo IBGE em 27|12|2013, no Brasil existem 5,2 milhões de mulheres a mais do que homens. Além disso, a homossexualidade de uma forma geral tem sido bem mais aceita que décadas atrás, deslocando, consequentemente, inúmeros homens os quais outrora se apresentavam socialmente casados com mulheres (vários casamentos de fachada); em direção aos relacionamentos com outros homens, deixando assim um número crescente de mulheres sem pares amorosos. Diferente da homossexualidade feminina a qual tem se apresentado “assumidamente” em menor escala, talvez até por conta do machismo ainda imperante, em comparação a sua contraparte.

Sendo assim:

1)Poderíamos então deduzir ou inferir que a falta de homens no mercado amoroso, estaria de alguma maneira influenciando a inclinação de mulheres brancas em busca de homens negros, os quais ascenderam cultural e muito mais economicamente? Sim ou não? Outra questão também de ordem relevante seria o fato de, na hierarquia das representações sociais e\ou de poderes, ou seja, em termos de valorização
salarial, preferência dos órgãos empregadores, maioria na política; nos cargos de chefia e também nos papéis de mocinho nas TVs, entre outros ( quando se refere a cor e gênero), costuma-se encontrar a seguinte configuração: primeiro lugar ,aquele que é homem e branco, segundo mulher branca; terceiro homem negro, quarto e último lugar, mulher negra. Sendo assim e a partir desta classificação:

2)Estariam estas mulheres brancas procurando os homens negros, entre outros aspectos, para fugir da esfera do machismo do homem branco que tem sido colocado como insuportável, diante das conquistas femininas na atualidade? O fato inclui o quesito cor, em que elas, as brancas, seriam as ocupantes da segunda posição da escala social, agindo, portanto, com determinada hegemonia na relação, como se pode verificar na expressão do ditado popular “na casa da branca o negão não canta de galo”, seguida de outra por demais conhecida no país símbolo da democracia racial “gosto de namorar negro porque ele só faz (sexo) quando a gente quer”.grifo nosso. Já com o branco a gente tem que fazer quando ele, (o homem branco) quer”.grifo nosso. Tais comentários expressariam, de alguma forma, a representação de determinado “poder” alcançado por estas mulheres ao se relacionarem com homens negros?
E por último:

3)Por quais razões alguns homens brancos que se sentem “incomodados” ao ver homem negro com mulher branca, principalmente se esta for vista como “muito atraente” ou “muito bela” costumam, quase sempre, dirigir seus comentários, desqualificantes, ao negro e nunca questionam a mulher branca?
Pelo visto e a partir do exposto acima, consegue-se perceber a complexidade da questão deste mercado afetivo, no qual ao se deixar de avaliar algumas nuances, corre-se o risco de apresentar certas “realidades” um tanto parcializadas. Ainda que seja impossível não se levar em consideração, a preferência de homens negros pós ascensão, por parceiras brancas, haja vista a quantidade de pesquisas , com apresentação de dados comprobatórios.

Contudo só falar das “investidas” destes homens, poderá representar uma pequena e limitada parte desta “realidade” a qual se manifesta cheia de recortes.

Mas voltando às hipóteses, verifica-se a diversidade de elementos que precisam ser analisados e investigados ; mas que o racismo
juntamente com o machismo conseguiram colorir e evidenciar apenas um. Fica deixando o outro ou a outra quase sem cor e em um lugar de omissão e passividade vitimista, contraditoriamente, em um momento de grandes conquistas da mulher em todo país.

Assim, no momento em que se ouve “os negros é que são racistas”, coincidentemente os únicos “coloridos” da sociedade é que recebem tal
apelido. Enquanto isso, os demais (não negros), permanecem descoloridos e, consequentemente, omissos. Afinal, como acusar alguém de racismo se esta pessoa nem ao menos possui uma cor? Assim sendo, se faz necessário observar que, em se tratando de representações sociais, uma ação é sempre função de um conjunto de outras ações, ou seja, uma dependendo e estando diretamente relacionada a outra.

Por conseguinte, se alguns “negões”, pós-ascensão profissional, estão procurando algumas “branconas” em sua maioria, é porque também estas, estão a procura daqueles, por diversos motivos. Afinal, sem uma aceitação e interesses mútuos e diante das atuais conquistas as quais refletem uma maior independência feminina, dificilmente um homem se uniria a outra pessoa a partir de um comportamento estritamente unilateral. Logo, colocar o “negão” sempre na posição de ser o único responsável pelos relacionamentos interraciais ou bicolores, pode soar como dar continuidade ao não questionamento do lugar do “brancão” nesta sociedade.

Afinal, não estamos mais naquele período em que se aplicava muito a expressão “pessoas de cor”, referindo–se aos negros e negras, deixando as pessoas brancas automaticamente “sem cor” e por isso colocadas tão somente no campo da neutralidade. Portanto, se todo processo social é
,necessariamente, também relacional, implica dizer que os diversos atores envolvidos devem ser apresentados com suas características físicas, falas, fantasias, desejos entre outros, devendo inclusive não apenas ser questionados, como também responsabilizados como reais participantes das variáveis as quais se apresentem como influenciadoras nas trocas afetivas.

Por isso, as hipóteses lançadas acima, juntamente com outras que virão, precisam ser testadas para se perceber melhor, o grau de veracidade ou não de algumas afirmações; afinal já passou da hora de se compreender também os motivos pelos quais ,de alguma maneira, inúmeras “branconas”, estão se inclinando cada vez mais para alguns “negões”, fato este que tem deixado vários “brancões” extremamente preocupados.
Gilson Rego - Professor e Psicoterapeuta

Fonte: Aldeia Nagô

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Ação de Flávio Bolsonaro derruba lei de cotas em concursos públicos no Rio de Janeiro


Em ação proposta pelo deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP), o Tribunal de Justiça do Rio declarou ontem, por 18 votos a 3, a inconstitucionalidade da Lei municipal n° 5.401/2012, que estabelecia cotas em concursos públicos no Município do Rio de Janeiro, sem critério econômico, para negros e índios.

A maioria dos desembargadores entendeu que a iniciativa de leis como essa cabe ao Poder Executivo, e não a um vereador (PCdoB), como era o caso. Dois desembargadores, que também votaram pela inconstitucionalidade da lei, entenderam que o vício era material, pois quando as cotas estão desvinculadas do critério econômico perdem seu caráter de inclusão social e possibilitam situações em que um negro rico pode tomar o lugar de um negro pobre.

"Cotas sem o critério econômico promovem injustiça e incentivam o racismo. Fico satisfeito de fazer minha parte para uma sociedade que sonha banir da sua realidade o preconceito e a distinção entre seres humanos pela cor da pele." Afirmou Bolsonaro.

A luta da família Bolsonaro continua nas três esferas do Poder Legislativo, pois o debate agora além de girar em torno da cor da pele, o PT, PSOL, PCdoB e outros, tentam a criação de cotas para homossexuais, usuários de drogas e ex-presidíários.

Fonte: Geledés

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Justiça declara morte presumida de Amarildo, desaparecido na Rocinha

Ajudante de pedreiro sumiu em julho após ser levado por PMs para UPP. Caso mobilizou ativistas pelo país; 25 policiais foram denunciados.


Amarildo era ajudante de pedreiro na Rocinha
(Foto: Reprodução GloboNews)


A Justiça do  Rio de Janeiro julgou procedente o recurso da mulher e dos filhos de Amarildo Dias de Souza e declarou a morte presumida do ajudante de pedreiro, desaparecido em julho do ano passado na Rocinha, comunidade da Zona Sul do Rio. A decisão foi unânime de desembargadores da 5ª Câmara Cível do Tribunal e divulgada nesta terça-feira (4).

A morte presumida substitui o atestado de óbito, que só pode ser emitido quando há o corpo — o cadáver de Amarildo nunca foi encontrado —, e permite à família receber pensão ou indenização, entre outras funções. Na primeira instância, a ação declaratória havia sido julgada improcedente.


Entenda o caso

Amarildo sumiu após ser levado por policiais militares para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) durante a "Operação Paz Armada", entre os dias 13 e 14 de julho. Na UPP, teria passado por uma averiguação. Após esse processo, segundo a versão dos PMs que estavam com Amarildo, eles ainda passaram por vários pontos da cidade do Rio antes de voltar à sede da Unidade de Polícia Pacificadora, onde as câmeras de segurança mostram as últimas imagens de Amarildo, que, segundo os policiais, teria deixado o local sozinho.

Após depoimentos, foram identificados quatro policiais militares que participaram ativamente da sessão de tortura a que Amarildo foi submetido ao lado do contêiner da UPP da Rocinha. Segundo informou o Ministério Público, testemunhas contaram à policia sobre a participação desses PMs no crime.

De acordo com a promotora Carmem Elisa Bastos, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), o tenente Luiz Medeiros, o sargento Reinaldo Gonçalves e os soldados Anderson Maia e Douglas Roberto Vital torturaram Amarildo depois que ele foi levado para uma "averiguação" na base da UPP. Ainda segundo eles, outros PMs são suspeitos de participar ativamente da ação.

Enquanto, segundo a promotora, o ajudante de pedreiro era torturado por quatro policiais, outros 12 ficaram do lado de fora, de vigia. Oito  PMs que estavam dentro dos contêineres que servem de base à UPP foram considerados omissos porque não fizeram nada para impedir a violência. Outros cinco policiais que decidiram colaborar com as investigações disseram que o major Edson, então comandante da UPP, estava num dos contêineres, que não têm isolamento acústico, e podia ouvir tudo.

Segundo o MP-RJ, mais 15 policiais militares, entre eles três mulheres, foram denunciados pelo órgão, totalizando 25 acusados pelo crime.


Fonte: G1.com

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Jovens fazem 'rolezinho' no Shopping Barra


Dezenas de jovens de vários movimentos sociais realizaram um 'rolezinho' no Shopping Barra, em Salvador, na tarde deste sábado, 1º. A manifestação, que foi pacífica, havia sido organizada pelo Facebook, onde foi intitulada de "Rolezinho das Antigas".

Eles se concentraram na Rua Padre Feijó, no Canela, e depois seguiram em direção ao centro de compras, onde chamaram a atenção de vários clientes.

No estabelecimento, eles fizeram um protesto na praça central. Os manifestantes, que utilizaram uma caixa de som e um microfone durante o ato, tocaram hip hop e dançaram break dance.

O protesto, segundo eles, foi contra o preconceito e pelo direito de ir e vir dos jovens da periferia nos estabelecimentos comerciais.

Participaram da manifestação integrantes do Movimento Negro, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), do Movimento Passe Livre (MPL), membros da Intersindical Bahia e militantes sem partido.

A manifestação terminou sem nenhum conflito.

Fonte: Geledés


sábado, 1 de fevereiro de 2014

ESCOLAS DO RIO VÃO TER DE PROVAR QUE CUMPREM LEI DE HISTÓRIA DA AFRICA E CULTURA AFROBRASILEIRA




A juíza ALESSANDRA CRISTINA TUFVESSON PEIXOTO, da 12a. Vara da Fazenda Pública, determinou a apresentação dos currículos das 10 maiores escolas particulares do Rio de Janeiro, bem como das redes estaduais e municipal da capital, para realização de perícia judicial nos mesmos, verificação do cumprimento da lei de História da África e cultura afro-brasileira. O pedido foi feito pelo IARA Instituto de Advocacia Racial e Ambiental, do Rio de Janeiro, e entidades parceiras do Movimento Negro do Rio de Janeiro.


Eis a decisão na íntegra:
“Trata-se de ação cautelar preparatória de ação civil pública, com pedido liminar, em que a parte autora pede a verificação dos currículos das entidades indicadas para integrar o polo passivo da presente demanda, para verificação da inclusão da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira. Assim, considerando que sequer há risco de irreversibilidade deste provimento, e que é relevante o fundamento da alegação do autor, considerando o conteúdo das Leis n°10.639/03 e 11.645/08, determino a apresentação dos currículos das rés nestes autos, para realização da prova pericial pretendida, com prazo de 10 dias contados da intimação desta para apresentação destes documentos. Intime-se. Após o cumprimento desta ordem liminar, será deferida a prova pericial determinada na decisão de segunda instância comunicada a fls. 2029, considerando a resposta de ofício de fls. 2259.
ALESSANDRA CRISTINA TUFVESSON PEIXOTO”


Trata-se da primeira vitória, em nível nacional sobre o tema, para escolas publicas e privadas, onde a utilização da litigância estratégica em combate ao racismo institucional, desde o STF até juízes de primeiro grau, como faz o IARA, concorrerá ao Premio Inovare.

A ação ajuizada em 2008 já teve a interferência do CNJ Conselho Nacional de Justiça, a pedido do IARA, e a perícia, em 2014, ainda não foi realizada. Ver em

Considero um passo gigantesco nessa perícia judicial onde já foi requerido auxílio das Universidades do Estado do Rio de Janeiro UERJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, devido à ausência de peritos judiciais com expertise para tratar do assunto. A medida cautelar será modelo para a advocacia de o todo o país.

O processo e as escolas citadas primeiramente:
Processo No 0143869-38.2008.8.19.0001

2008.001.141503-9

TJ/RJ – 31/01/2014 20:37:12 – Primeira instância – Distribuído em 10/06/2008

Processo eletrônico – clique aqui para visualizar. Pesquisar processo eletrônico

Visualização dos Históricos dos Mandados

Comarca da Capital 2ª Vara da Fazenda Pública
Central de Assessoramento Fazendario

Endereço: Rua Erasmo Braga 115 208
Bairro: Centro
Cidade: Rio de Janeiro

Ofício de Registro: 9º Ofício de Registro de Distribuição
Ação: Medida cautelar inominada

Assunto: Medida Cautelar

Classe: Medida Cautelar Inominada

Aviso ao advogado: CERTIFICO QUE O 1º AO 8º VOLUMES DESTES AUTOS ESTÃO ACAUTELADOS EM CARTÓRIO NA CASA E03/P01

Autor INSTITUTO DE ADVOCACIA RACIAL E AMBIENTAL IARA
Representante Legal HUMBERTO ADAMI SANTOS JÚNIOR
Autor INSTITUTO DE PESQUISAS E ESTUDOS AFRO BRASILEIROS
Representante Legal ELIZABETH LARKIN NASCIMENTO
Autor CRIOLA
Representante Legal LÚCIA XAVIER DE CASTRO e outro(s)…
Autor CENTRO DE ARTICULAÇÃO DE POPULAÇÕES MARGINALIZADAS CEAP
Representante Legal CARLOS ALBERTO IVANIR DOS SANTOS
Réu GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Procurador MÁRIO AUGUSTO FIGUEIRA (PGE)
Réu PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Procurador ANDRÉ TOSTES (PGM)
Réu COLÉGIO DE SÃO BENTO DO RIO DE JANEIRO e outro(s)…
Listar todos os personagens
TIPO PERSONAGEM
Autor INSTITUTO DE ADVOCACIA RACIAL E AMBIENTAL IARA
Representante Legal HUMBERTO ADAMI SANTOS JÚNIOR
Autor INSTITUTO DE PESQUISAS E ESTUDOS AFRO BRASILEIROS
Representante Legal ELIZABETH LARKIN NASCIMENTO
Autor CRIOLA
Representante Legal LÚCIA XAVIER DE CASTRO
Representante Legal JUREMA PINTO WERNECK
Autor CENTRO DE ARTICULAÇÃO DE POPULAÇÕES MARGINALIZADAS CEAP
Representante Legal CARLOS ALBERTO IVANIR DOS SANTOS
Advogado (RJ000830) HUMBERTO ADAMI SANTOS JÚNIOR
Réu GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Procurador MÁRIO AUGUSTO FIGUEIRA (PGE)
Réu PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Procurador ANDRÉ TOSTES (PGM)
Réu COLÉGIO DE SÃO BENTO DO RIO DE JANEIRO
Advogado (RJ021676) MARIA DE LOURDES ESTRUC DAQUER
Réu COLÉGIO SANTO AGOSTINHO
Réu COLÉGIO SANTO INÁCIO
Réu COLÉGIO MOPI
Advogado (RJ008271) OCTAVIO RAMOS CANEDO
Réu COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Réu INSTITUTO DE TECNOLOGIA ORT DO RIO DE JANEIRO
Advogado (RJ080736) SÉRGIO MALAMUD
Réu COLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO
Advogado (RJ128504) JAQUELINE CRISTINA DA SILVA ARAUJO DOS SANTOS
Réu ESCOLA ALEMÃ CORCOVADO
Advogado (RJ093092) ANTONIO AUGUSTO SALDANHA ALVES DE SOUZA
Réu COLÉGIO ST PATRICK S
Advogado (RJ067864) RENATA MARIA NOVOTNY VALLARELLI
Advogado (RJ056034) DANILO SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO
Réu INSTITUTO CULTURAL BRASIL INGLATERRA LTDA
Advogado (RJ028115) GERALDO JOSÉ RIBEIRO MOTTA

Fonte: Geledés
 
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