sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Contradição: Racismo no Grupo Pão de Açúcar, Mas Eles Precisam de Nós Para Lucrar!

Quem não se lembra do “Caso Carrefour”. Na ocasião Januário Alves de Santana, negro de 39 anos, foi agredido pelos seguranças no estacionamento do supermercado, após ser acusado de “roubar” seu próprio carro, um EcoSport. Isso tudo no Carrefour de Osasco, São Paulo.
Pouco mais de um ano depois outro caso de racismo nos assola, desta vez no Hipermercado Extra da Marginal do Tietê, na Penha, Zona Leste de SP. Para quem não leu, segue o link.

Após saber desse ato racista contra o garoto de 10 anos foi difícil não lembrar do “Caso Carrefour”. Apesar das duas situações terem sido diferentes, o racismo foi e é o mesmo, e são justamente as diferenças que formam o fator determinante para a análise.

Num caso uma criança, noutro um adulto, ambos negros; num caso a “abordagem” ocorreu dentro do supermercado, noutro no estacionamento, ambas feitas por seguranças; num caso foram algumas guloseimas, noutro um carro, ambos acusados de serem ”roubados”. Esses pequenos detalhes servem para mostrar que a situação, o objeto, a idade, a classe social não são determinantes para ocorrer ou não racismo; a idade, condição econômica ou a situação que está ocorrendo não exime ninguém de sofrer racismo. Pois, todos os fatores são deixados de lado e somente um é relevante: ser negr@.

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Somente um fator é levado em conta para o racismo, a cor da pele.


De tempos em tempos, atos racistas são revelados para o grande público, como está sendo esse, mas só isso não me faz deixar de acreditar que atos como estes ocorram diariamente no nosso país e sequer passam ao conhecimento de alguém além dos envolvidos.

Algumas pessoas de SP estão articulando um protesto, mas isso não impede aqueles que não estão no estado de ajudar, atacando o coração dessas empresas: o lucro.

O grupo Pão de Açúcar que é o dono da rede Extra de supermercados e hipermercados teve em 2010, com as vendas brutas, um faturamento de 36 bilhões de reais.
Apesar de sermos discriminados dentro dessas empresas, nós, negr@s, somos de extrema importância, sem o nosso dinheiro, sem as nossas compras, com o nosso boicote, elas estão fadadas à falência. Em resumo, não precisamos do Grupo Pão de Açúcar para viver, porém ele precisa de nós. Não é pretensão, é fato, o destino do Grupo Pão de Açúcar está em nossas mãos.

O GPA abrange os seguintes estabelecimentos: Super/Hipermercados (Pão de Açúcar, Extra, CompreBem e Sendas); lojas de bens duráveis (Ponto Frio, Extra-Eletro); lojas de conveniência (Extra Fácil); atacarejo (Assaí Atacadista); além das Casas Bahia.

Não importa se quando você estiver lendo esse post essa notícia for velha, se passou um ou dois anos é irrelevante, você pode a qualquer momento deixar de comprar nesses locais. Esse é um ato que todos nós podemos fazer indeterminadamente, boicotar.



O destino do Grupo Pão de Açucar está em nossas mãos. O boicote é a nossa maior arma.

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