Uma manifestação promovida pela ONG Educafro, que promove a inclusão de jovens negros em universidades, terminou em confusão neste domingo pela manhã. O grupo tentou ocupar a unidade da Lojas Americanas dentro do Shopping Light, na Rua Xavier de Toledo, no Centro, em protesto contra o espancamento de um homem negro dentro de uma loja da rede em Campo Grande (MS).
Segundo o frei Davi Santos, coordenador da Educafro, cerca de 600 pessoas "organizadas e conscientes" tentaram entrar na loja para conversar com o gerente. "Queríamos entregar uma carta solicitando uma audiência com o presidente da Lojas Americanas. Mas ele fechou a loja e chamou a polícia. Acho que isso gerou a confusão", disse o frade.
Sem conseguir entrar na loja, o grupo saiu em direção ao Vale do Anhangabaú, no Centro, onde estava sendo realizada a festa do Dia do Trabalhador organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). No caminho, gritavam palavras de ordem contra a loja.
Por volta das 11h, uma viatura da Polícia Militar passava pela Praça da Sé foi parada pelos manifestantes e teve o vidro da porta da frente quebrado. Uma Ecosport que estava parada na praça também teve o vidro quebrado. Os policiais acionaram a Força Tática, que dispersou o grupo com gás de pimenta e balas de borracha. Ninguém ficou ferido.
Questionado sobre a confusão, frei Davi disse que a questão do racismo é um conflito que precisa ser resolvido. "A PM é paga para proteger o cidadão, e não para proteger os ricos e empresários. O que fazem com a comunidade negra é mais grave do que (destruir) qualquer bem material", disse.
Segundo o frade, a manifestação deste domingo foi motivada pela agressão sofrida pelo vigilante negro Marcio Antonio de Souza, de 34 anos, na manhã do dia 23 de abril. Ele foi acusado de furtar um ovo de Páscoa pelos seguranças da loja. "Eles me levaram para uma sala e o chefe da segurança me deu vários socos, chutes e cotoveladas", afirmou.
Além da audiência com o presidente da Lojas Americanas, Educafro também reivindica a indenização do vigilante, a exposição nas prateleiras das lojas de 20% de bonecas negras e de treinamento antirracista para funcionários da rede.
O DIÁRIO tentou entrar com a assessoria de imprensa da Lojas Americanas neste domingo à tarde mas ninguém atendeu o telefone celular do plantão.
Cliente foi acusado de roubar o próprio carro
Em agosto de 2009, o segurança Januário Alves de Santana, na época com 39 anos, foi agredido por seguranças do hipermercado Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo. Negro, Santana foi confundido com um ladrão acusado de roubar o seu próprio carro, um Ecosport. Os cinco seguranças envolvidos foram indiciados e podem pegar até oito anos de prisão.
Discriminação por raça ou cor é crime no país
A discriminação por raça ou cor é um crime inafiançável e imprescritível no Brasil. Ou seja, aquele que praticar o racismo não poderá pagar fiança para aguardar o julgamento em liberdade e a pessoa será investigada independente de quando praticou o crime. A pena pode ser de dois anos a cinco anos de prisão.
Segundo o frei Davi Santos, coordenador da Educafro, cerca de 600 pessoas "organizadas e conscientes" tentaram entrar na loja para conversar com o gerente. "Queríamos entregar uma carta solicitando uma audiência com o presidente da Lojas Americanas. Mas ele fechou a loja e chamou a polícia. Acho que isso gerou a confusão", disse o frade.
Sem conseguir entrar na loja, o grupo saiu em direção ao Vale do Anhangabaú, no Centro, onde estava sendo realizada a festa do Dia do Trabalhador organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). No caminho, gritavam palavras de ordem contra a loja.
Por volta das 11h, uma viatura da Polícia Militar passava pela Praça da Sé foi parada pelos manifestantes e teve o vidro da porta da frente quebrado. Uma Ecosport que estava parada na praça também teve o vidro quebrado. Os policiais acionaram a Força Tática, que dispersou o grupo com gás de pimenta e balas de borracha. Ninguém ficou ferido.
Questionado sobre a confusão, frei Davi disse que a questão do racismo é um conflito que precisa ser resolvido. "A PM é paga para proteger o cidadão, e não para proteger os ricos e empresários. O que fazem com a comunidade negra é mais grave do que (destruir) qualquer bem material", disse.
Segundo o frade, a manifestação deste domingo foi motivada pela agressão sofrida pelo vigilante negro Marcio Antonio de Souza, de 34 anos, na manhã do dia 23 de abril. Ele foi acusado de furtar um ovo de Páscoa pelos seguranças da loja. "Eles me levaram para uma sala e o chefe da segurança me deu vários socos, chutes e cotoveladas", afirmou.
foto: Beth Marques / Futura Press
Centenas de pessoas tentaram entrar neste domingo pela manhã na Lojas Americanas do Shopping Light, no Centro, mas a gerência fechou as portas
Além da audiência com o presidente da Lojas Americanas, Educafro também reivindica a indenização do vigilante, a exposição nas prateleiras das lojas de 20% de bonecas negras e de treinamento antirracista para funcionários da rede.
O DIÁRIO tentou entrar com a assessoria de imprensa da Lojas Americanas neste domingo à tarde mas ninguém atendeu o telefone celular do plantão.
Cliente foi acusado de roubar o próprio carro
Em agosto de 2009, o segurança Januário Alves de Santana, na época com 39 anos, foi agredido por seguranças do hipermercado Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo. Negro, Santana foi confundido com um ladrão acusado de roubar o seu próprio carro, um Ecosport. Os cinco seguranças envolvidos foram indiciados e podem pegar até oito anos de prisão.
Discriminação por raça ou cor é crime no país
A discriminação por raça ou cor é um crime inafiançável e imprescritível no Brasil. Ou seja, aquele que praticar o racismo não poderá pagar fiança para aguardar o julgamento em liberdade e a pessoa será investigada independente de quando praticou o crime. A pena pode ser de dois anos a cinco anos de prisão.
Fonte: Educafro
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