O dia de África é um dia importante para os povos africanos
e associa-se a Organização da Unidade Africana (OUA) criada a 25 de Maio de
1963 em Addis Abeba, Etiópia, por iniciativa do Imperador etíope Haile Selassie
através da assinatura da sua Constituição por representantes de 32 Governos de
países africanos independentes, tendo sido substituída a 09 de Julho de 2002
pela União Africana (UA)
Os objectivos da OUA expressos na sua Constituição eram a
promoção da unidade e solidariedade entre os Estados africanos, assim como
coordenar e intensificar a cooperação entre as nações africanas, a
descolonização e a independência no sentido de atingirem uma vida melhor para
os povos de África.
No entanto, nem todos os objectivos foram atingidos, porém,
atingidos alguns deles sejam, a descolonização e a independência dos povos
africanos, inicia-se um novo processo protagonizado pelo Presidente Líbio,
(Mohamed Kadafi), visando a substituição da OUA pela UA, a 09 de Julho de 2002,
tendo como objectivo pretendido, a criação de um Governo de África, este
rejeitado por muitos Estadistas africanos nomeadamente o Presidente da África
do Sul e o de Cabo Verde.
Ao longos desses 39 anos de existência da organização, os
países africanos deparam ainda hoje, com um crescimento abaixo do necessário a
resolução dos problemas, os Golpes de Estado e conflitos armados, são
frequentes, particularmente na região ocidental africana, a seca, a malária e a
falta de infraestruração do continente constituem obstáculos a democracia e ao
desenvolvimento.
A CEDEAO é um exemplo ilustrativo da situação social e
ausência da liberdade e democracia em África, podendo ser ilustrado com as
seguintes informações produzidas ao longo do fim do poder colonial e das
independências na região:
1. Num período de 35 anos (a partir das independências),
Golpes de Estado passaram a ser vistos como um meio de tomada do poder
político;
2. Muitos conflitos sociais foram desencadeados, onde a questão
em jogo eram muitas vezes a falta de alimentação;
3. Este período foi sustentado pelo crescimento e circulação
ilegal de armas na região;
4. Poder armado desenvolvido num contexto em que não era
apenas a democracia que era deficitária mas, mais grave ainda, o funcionamento
do Estado.
5. A desintegração do Estado e a falência da governação
fizeram com que surgissem soldados, dissidentes, milícias, rebeldes e / ou
mercenários. Um exemplo claro da militarização da CEDEAO é seguinte: dos 15
países que aderiram a organização a partir de 1975, apenas dois, nunca
experimentaram um golpe de Estado e um regime militar entre 1960 e 2005 (Cabo
Verde e Senegal).
De 1975 a 2005, 7 dos 15 chefes de Estado foram e ainda são
militares, estes fizeram a transição para a vida civil, antes ou depois de
chegar ao poder ou participar no governo.
Entre 1983 e 1989, 13 países da África Ocidental foram
dominados por regimes militares.
A década 1990 foi marcada por um forte aumento na
multipartidarização da região, concomitante com a diminuição acentuada do
número de militares que controlavam os regimes.
Em1999, apenas um país dentro da CEDEAO ainda tinha um
governo que foi o resultado de um golpe militar. Isto mostra que, ao longo de
um período de 35 anos, África Ocidental foi marcada pela presença de governos e
regimes militares.
O exército estabeleceu-se como um actor político
fundamental, e geralmente tinham más relações com os atores políticos
partidários.
Os militares justificavam a chegada ao poder, pela
necessidade de Governos fortes que envolvessem a sociedade mais bem organizada
e / ou mais força disciplinadora para assumir as rédeas do Estado, a fim de
liderar o processo de desenvolvimento, mas, na realidade, os governos militares
não produzem milagres económicos, pois eles paralisam ou prejudicam qualquer
sistema político fundado no pluralismo liberdade e democracia.
Sem desprimor do dia de África, que deveria ser de alegria,
liberdade bem-estar e democracia, ainda o povo vive a mercê da ausência do
bem-estar essencial, nomeadamente, a saúde, a educação, a segurança, pior
ainda, a escassez de água e alimentação suficientes à sua sobrevivência.
Djack_gomes@hotmail.com
Joaquim.gomes@parlamento.cv
Fonte: A Semana - Cabo Verde
0 comentários:
Postar um comentário