quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Família acusa supermercado de racismo contra criança em SP

Menino de 10 anos contou que seguranças o fizeram tirar a roupa.
Supermercado nega que tenha havido racismo e agressões físicas.

A Polícia Civil de São Paulo investiga um caso de racismo contra uma criança negra de 10 anos no Hipermercado Extra da Marginal do Tietê, na Penha, Zona Leste da cidade. Acusado de furto na saída do supermercado no último dia 13, o menino foi levado por três seguranças a uma sala reservada, onde, segundo contou, foi chamado de "negrinho sujo e fedido" e obrigado a tirar a roupa. Ele não havia furtado nada. O supermercado nega a acusação.

Na segunda-feira (31), a defesa da família vai entrar com ação civil por danos morais contra o Extra. Representantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) se reuniram nesta quinta-feira (27) com o delegado responsável pelo caso, Marcos Aníbal Andrade, para exigir "investigação exemplar". A Comissão de Igualdade Racial da Seção Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) também instaurou procedimento para acompanhar o caso. O Grupo Pão de Açúcar, proprietário da marca Extra, nega que tenha havido racismo.

Segundo boletim de ocorrência registrado no 10º Distrito Policial, na Penha, só após revistarem e insultarem a criança, os seguranças verificaram a nota fiscal dos produtos que ele levava - dois pacotes de biscoitos, dois pacotes de salgadinhos e um refrigerante, todos pagos pelo garoto (R$ 14,65), conforme mostra cupom fiscal anexado ao inquérito. "Eles pediram para eu abaixar a bermuda até os pés e me fizeram tirar a camiseta cinco vezes. Não acreditavam que eu não tinha roubado nada", contou o menino.

O garoto também relatou ter sido ameaçado com canivete por um segurança que descreveu como "japonês" (de feições orientais). "Ele batia na mesa com um papelão enrolado e dizia: ‘Olha para cá, negrinho. Isso é bom para bater’. Também passava o canivete perto da minha barriga e dizia que ia pegar o chicote”, contou a criança.

Outros dois adolescentes, também negros, de 12 e 13 anos, que o menino diz conhecer de vista e ter encontrado casualmente dentro do supermercado, também foram levados à sala pelos seguranças. E lá os dois teriam sido agredidos com "dois murros e dois tapas". Segundo o Extra, estes dois adolescentes haviam furtado itens do supermercado. A empresa admitiu, porém, conforme relatou um funcionário à polícia em um primeiro depoimento, que o menino não havia furtado nada. Mas o grupo nega tanto agressões físicas quanto discriminação racial.

Em nota oficial, o Grupo Pão de Açúcar afirmou que colabora com a polícia e "aguarda a investigação dos órgãos competentes para esclarecimento do fato". Também informou que "pauta suas ações no respeito irrestrito à legislação e aos consumidores e promove contínuo treinamento dos seus colaboradores para o cumprimento das leis e do Código de Ética do Grupo".

Via: G1.com.br

No Orkut existe a intenção de promover um protesto por conta desse infeliz ato de discriminação racial. As pessoas interessadas em participar da mobilização devem se dirigir à  comunidade Consciência Negra

2 comentários:

Perola San disse...

Realmente o que se ve nas midias ou meios comunicativos é querer defender a imagem da empresa.E em relaçao a criança que foi totalmente humilhada e chamada por nomes de apelo racista ao meu ver.A empresa Pão de açucar tenta de todas formas fecjar os olhos para a verdade ali diante deles.É uma falta de respeito coma vida humana, vida de uma criança e a familia deste menino.
A falta de vergonha e o deserespeito com o ser humano,me agride muito.
A matéria é bom,posso-lhe dizer.que
Se bem que mesmo indo a justiça, o que pode-se resolver? O racismo estar ae no mundo inteiro.Pixado nas paredes em nossas faces, em nosso trabalho ou na rua.Era apagar com uma borracha da liberdade esta opressão as raças e credos.A diversidade em geral!
Fica aqui meu fato em revolta!!!

Unknown disse...

muito interessante a iniciativa. Os jovens precisam ser ouvidos, para fazer valer sua liberdade de expreção.

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